O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB condena as ações de violência ocorridas ao povo indígena da etnia Gamela. Na tarde do último dia 30, homens com facões e armas de fogo atacaram a aldeia, localizada no Povoado Baías, município de Viana, na Baixada Maranhense. Um total de 13 índios foram gravemente feridos. Dois deles tiveram as mãos decepadas.
Desde a década de 1970, a etnia Gamela tem subsistido enquanto comunidade indigenista, vendo aos poucos, seus territórios e cultura se perderem pela invasão de suas terras, concedidas ainda no período colonial, mais especificamente em 1759. A área reclamada se expande pelos municípios de Viana, Matinha e Penalva. A etnia afirma que cerca de 14 mil hectares pertences à sua comunidade, foi ao longo das décadas, ocupada por fazendeiros, havendo títulos de propriedades registrados em cartório. Uma tradição que se perde na medida em que as terras são tomadas e levam consigo cada sujeito que aos poucos, esquece-se de si e não se reconhece mais como integrante de uma comunidade e a identificação de uma terra onde essa identidade se constrói e constrói outras relações
Diversas solicitações foram feitas a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) para a abertura do processo para demarcação do território. Mas nada evitou o surgimento de conflitos armados. Desde 2013 há tensão sobre a retomada do território. Em 2015, fazendas e sítios nos povoados de Taquaritiua e Centro do Antero, em Viana foram ocupados pelos Gamela em ato reivindicatório pelas terras.
Várias instituições destinam atenção à situação dos Gamelas. O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Secretaria de Direitos Humanos têm solicitado a FUNAI celeridade no processo de qualificação do reconhecimento das terras como território indígena.
O MIQCB, representado por diversas mulheres quebradeiras indígenas, faz parte do processo de luta pelo território Gamela e reafirma o apoio na defesa e reconhecimento dos seus territórios.
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