20/11/2017 1:48 pm

Tarde histórica e de muita emoção no lançamento do livro “Sou filha de quebradeira de coco”

Um relato de luta, resistência, conquistas, uma história de vida registrada no livro “Sou filha de quebradeira de coco”. Tudo isso contado, de maneira detalhada e emocionante, por dona Cleudineza Maria Bizerra Oliveira, coordenadora regional do MIQCB no Pará, e que dedicou uma vida à quebra do coco babaçu, mas que desde muito cedo entendeu que não desejava apenas o sustento com a venda do coco e de produtos como o azeite, farinha e sabonete. Pelo contrário, ela compreendeu que a luta das quebradeiras de coco assumiu um caráter ideológico, social, econômico e político. Uma luta pela educação, conscientização e melhoria da qualidade de vida das mulheres do campo. Essas e outras histórias podem ser encontradas no livro lançado dia 23, no campus I da UNIFESPPA, em Marabá, no Pará.

Coordenadoras do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu estarão presentes no lançamento do livro. Para Francisca Nascimento, coordenadora do Movimento, “o momento é único e de grande orgulho para as quebradeiras de coco babaçu”, enfatizou.


Luta pela visibilidade das quebradeiras de coco babaçu



Como se fazer enxergar dentro de uma história rural marcada pela dominação territorial (protagonizada especialmente por latifundiários), pela escravatura, pela desvalorização da mulher, pela ligação intensa das pessoas com a terra e também pelo descaso governamental? A pergunta incomodava muitas “senhoras” quebradeiras de coco babaçu nos quatro Estados: Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins. Em 1991, as quebradeiras, com a ajuda de organizações não governamentais, articulam o primeiro Encontro Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, em São Luís, do qual resultou na criação da Articulação das Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu. Em 1995, no II Encontro Interestadual, o nome é mudado para Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB. Consequentemente foi possível a luta de proporções nacionais e depois o ganho das terras, a derrocada do machismo, e a ascensão dos direitos de agricultora, de mulher, e de cidadã na realidade dessas mulheres.

O MIQCB revelou a essas mulheres que a exclusão feminina não existe, o que fez com que a vida das quebradeiras de coco melhorasse muito e elas passassem a ser ativas socialmente e economicamente. Tal força pode ser refletida nas diferentes atividades proporcionadas pelo grupo, que promove discussões nas diferentes comunidades de todos os estados, liderados pela assessoria e diretoria de cada estado.

Ações como a de lançamentos de livros de dona Cleudineza Maria Bizerra Oliveira, apoiadas pelo MIQCB, consolidam ainda mais a luta das quebradeiras de coco babaçu.

O fruto fornece uma manteiga vegetal de sabor agradável e de valor nutritivo. As amêndoas podem ser consumidas in natura, como também produzem um óleo rico em ácido láurico que usado em diversos fins: na alimentação humana, na produção de cosméticos, como lubrificante e pode ser transformado em biodiesel. De todas as partes da planta, o fruto é a que apresenta o maior potencial econômico, chegando a produzir mais de 64 subprodutos. Sem falar nos produtos artesanais que podem ser confeccionados de várias partes do babaçu.

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