Troca de vivências para fortalecimento da agroecologia em busca do bem viver. É a rotina das quebradeiras de coco babaçu e centenas de representantes de povos e comunidades tradicionais, agricultoras e agricultores familiares desde o dia 01 de junho quando começou o do IV Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), em Belo Horizonte (MG). A atividade será encerrada hoje (03) com uma marcha pelas ruas da capital mineira.
O ato público, organizado pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), é mais uma estratégia de comunicação com a população de Belo Horizonte sobre a pauta da agroecologia. Representantes do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins participaram de diversas rodas de diálogos.
Dona Maria de Jesus Bringelo (Dona Dijé), liderança da região do Médio Mearim (MA), ressaltou a importância da agroecologia. “`Cumpre um papel essencial para a população e cidades com a produção e comercialização de alimentos saudáveis e a preservação da água, recursos naturais e florestas”, enfatizou. Para a dona Socorro Teixeira, coordenadora do MIQCB no Tocantins, o ENA é um momento de reconhecimento e consolidação das práticas sustentáveis da agroecologia. “São vários conhecimentos e experiências compartilhadas por pessoas de várias partes do país. Não estamos sozinhas, juntos somamos forças para mostrar a importância da agroecologia”, enfatizou.
A marcha que encerra o ENA será em prol das bandeiras de luta da reforma agrária, do direito à terra e ao território dos povos e comunidades tradicionais no campo, da democratização do espaço urbano, da comunicação como direito e da visibilidade das práticas das mulheres e das juventudes, entre outros. Além de bandeiras e faixas confeccionadas pelos territórios, a paisagem do ato será vestida também pelo Bandeirão de Luta: Agroecologia, Comunicação e Cultura, costurado a partir de retalhos decorados nos encontros estaduais preparatórios para o IV ENA. A junção de todas as partes foi feita numa oficina realizada durante o encontro.
O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), atua no Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins, com o apoio da União Europeia. As ações são direcionadas para o fortalecimento da luta pela existência e implementações das políticas públicas que assegurem e resguardem os direitos das comunidades e povos e tradicionais como as quebradeiras de coco babaçu.
Seminários temáticos
Representantes do MIQCB participaram de alguns dos 14 seminários. Na atividade sobre a “Biodiversidade: bem comum, soberania alimentar e territorial dos povos do Brasil”, foi apresentada a experiência sobre os desafios das quebradeiras de coco de babaçu; trajetória do Programa Sementes do Semiárido da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA); e a convivência da comunidade quilombola Corredor dos Munhoz, no bioma Pampa. Foram discutidos avanços, mas, principalmente, desafios para a defesa da biodiversidade, dentre eles o cerceamento do livre uso das sementes pelos povos que a cultivam, a defesa dos programas de acesso à água (como o Programa Cisternas), as diversas frentes legislativas que tentam esfacelar o que se conseguiu de controle do uso de agrotóxicos e também a defesa dos territórios tradicionais frente o avanço do agronegócio, da mineração e das empresas de energia e também a importância do fortalecimento da luta por reforma agrária.
Outros temas foram abordados como: Biodiversidade: bem comum, soberania alimentar e territorial dos povos do Brasil; Educação do Campo e Construção do Conhecimento Agroecológico; Mudanças Climáticas e Agroecologia; Comida de Verdade no Campo e na Cidade: Caminhos e Diálogos entre a Agroecologia e a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (SSAN); Sem Feminismo não há Agroecologia; Agrotóxicos e Transgênicos; Direito à terra e território: conflitos e resistência dos povos do campo e da floresta; Agriculturas urbanas e direito à cidade; Comunicação e cultura: caminhos para a construção de conhecimentos agroecológicos, para o fortalecimento da democracia e para ampliação do diálogo entre campo e cidade; Saúde Integral e Medicina Tradicional; Água e Agroecologia: o papel da agroecologia na defesa das águas como bem comum; Construção Social de Mercados; Desafios e alternativas para o financiamento que viabilize transição e consolidação da Agroecologia.Os resultados de cada seminário serão subsídios para a elaboração da Carta Política do IV ENA, que será divulgada após o evento.
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