Dois dias de troca de ideias e compartilhamento de conhecimento sobre as normas que regem o Fundo Babaçu foi o objetivo da oficina de capacitação ministrada por integrantes do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu do MA/PA/PI e TO, uma das instituições que formam o Comitê Gestor do Fundo Babaçu Quebradeiras pela Conservação dos Babaçuais e Inclusão das Comunidades Tradicionais”. Ao todo nove projetos, direcionados à promoção e operacionalização de recursos, apoio a ações de segurança alimentar, incentivo a conservação da sociobiodiversidade, atividades de agricultura e de extrativismo de base agroecológica e econômico-solidária, foram selecionados. As atividades e ações serão financiadas pela Fundação Ford.
Para Marcos Antônio Pereira, da Associação dos Jovens Rurais, da comunidade de Ludovico, no município de Lago do Junco, a oficina foi estratégica para repassar informações importantes de como os trabalhos selecionados deverão ser conduzidos para atender as formalidades necessárias, principalmente na apresentação dos resultados do Fundo Babaçu. Ele integra e coordena o grupo de Jovens da região que atua na confecção de bijuterias a partir do babaçu. O projeto aprovado contempla quatro objetivos: construção da sede para a produção das bijuterias, aquisição de equipamentos para confecção das peças, curso de aperfeiçoamento do material e plano de negócios. “Acreditamos que o investimento do Fundo Babaçu será um incentivo para que o grupo continue com as atividades”, ressaltou.
O quilombo do Charco, localizado no município de São Vicente de Ferrer, e com uma história de luta e resistência que se destaca no Maranhão, foi outra comunidade beneficiada por meio do Fundo Babaçu. De acordo com Zilmar Pinto Mendes, liderança do quilombo, a prática da produção da quebra do coco e produção de azeite é antiga na região, mas agora com o investimento na construção de um local apropriado para a produção e aquisição de maquinário, acredita que a produção se fortalecerá. São cerca de 131 famílias presentes do território do quilombo. “É uma maneira de fortalecemos o extrativismo na região e mantermos uma tradição que vem de muitos anos”, ressaltou Zilmar.
Foram nove projetos selecionados nesta primeira etapa. O edital contemplava os estados de grande concentração das florestas de babaçuais no país: Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins. Foram mais de trinta projetos recebidos pelo Comitê Gestor que durante dois dias avaliaram tanto tecnicamente quanto o impacto que os projetos para a região. Ao final, nove trabalhos foram selecionados; seis para o Maranhão e três para o Piauí, todos serão financiados pela Fundação Ford.
Vale ressaltar que o Fundo Babaçu já lançou 02 editais, todos apoiados pela Fundação Ford. Os 02 primeiros editais, apoiaram 26 projetos, em média 500 famílias beneficiadas. O Fundo Babaçu é regido pelos seguintes princípios: transparência, isenção e imparcialidade nos processos de seleção dos projetos, respeito e busca do equilíbrio nas relações de gênero e gerações, atuação para o empoderamento e autonomia das mulheres e valorização da sociobiodiversidade.
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