28/09/2018 8:41 pm

Movimento das Quebradeiras de Coco Babaçu denuncia crime ambiental no quilombo Monte Alegre

Cerca de 250 palmeiras de coco babaçu foram cortadas no quilombo Monte Alegre, no município de São Luiz Gonzaga, distante 254 km da capital maranhense. A ação infringe a Lei Estadual nº 4.374, de 18.06.1986 que proíbe a derrubada de palmeiras de babaçu, planta nativa, e a Lei Municipal nº 319, de 14.09.2001 de São Luiz Gonzaga, que proíbe derrubada de palmeiras de babaçu e garante livre acesso e uso comum às quebradeiras de coco babaçu.

O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu vai protocolar denúncia, na próxima segunda-feira (01/10) junto ao Ministério Público Federal que adiantou que acionará o Instituto Chico Mendes para as providências cabíveis. Em nível estadual, o MIQCB encaminhou ofício à Secretaria Estadual de Direitos Humanos, relatando o ocorrido que se prontificou a acionar a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e o Batalhão Ambiental.

O quilombo Monte Alegre ainda vive o luto da perda recente de dona Maria de Jesus Bringelo, vítima de um ataque fulminante do coração. Dona Dijé era líder quilombola e grande defensora dos povos e comunidades tradicionais. Na mesma semana de sua morte (14/09) tomou posse no Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (PCT´s), em Brasília. Em Monte Alegre, em julho de 2018, cerca de 30 representantes desse Conselho juntaram-se a mais de 150 pessoas no Seminário Nacional de PCT´s e entre os temas debatidos, a necessidade de preservação dos territórios e seus biomas, no caso do quilombo, as florestas de babaçuais.

Da década de 70 para cá, Monte Alegre conquistou a certificação como território quilombola e construiu uma vida de preservação à identidade cultural, coletividade e respeito com o meio ambiente. Conquista esta, porém, que sofre novas ameaças nos últimos anos com as propostas de grandes empreendimentos e do próprio governo em desrespeitar a luta coletiva. Desconfiança, ameaças e medo voltaram a se instalar no quilombo que está dividido em permanecer com essa identidade ou se dividir em loteamentos. Hoje, lideranças na comunidade como era Dona Dijé, estão ameaçadas de morte e integram as estatísticas da Comissão Pastoral da Terra.

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