10/12/2018 7:39 pm

Encontrinho de Quebradeiras de Coco Babaçu no Pará denuncia envenenamento de palmeiras em Ponta da Pedra

Às margens do rio Araguaia, quebradeiras de coco babaçu se reuniram na VIII edição do Encontrinho na comunidade de Ponta da Pedra, no município de São Domingos do Araguaia. Durante dois dias debateram sobre o cenário político envolvendo a luta dessas mulheres, o Estatuto do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, elegeram a nova coordenação regional e denunciaram a devastação ambiental que a região sofre com a matança das pindovas (palmeiras de babaçu pequenas).

Durante as atividades, as quebradeiras de coco babaçu foram chamadas a se unirem ainda mais para enfrentar os desafios. Para a coordenadora regional, Cledeneuza Bizerra, essencial é que cada quebradeira de coco babaçu saia do encontro envolvida com as atividades que o MIQCB realiza na região para fortalecer ainda mais a luta. “Hoje nossa responsabilidade é enorme em manter o trabalho do MIQCB, começamos pequenas, mas hoje estamos para o mundo”, enfatizou.

A coordenadora regional do Piauí, Helena Gomes, presente na atividade, enfatizou que a luta nos quatro Estados (MA,PI TO e PA) é igual: acesso livre ao território, acesso aos mercados institucionais, fortalecimento da luta. “Precisamos nos capacitar cada vez mais, nos mobilizar para continuarmos mais uma etapa da luta. Antes até vergonha de dizer que somos quebradeiras tínhamos, mas agora, isso é motivo de orgulho, é nossa identidade”, enfatizou.

Uma análise de contexto foi realizada pelos representantes do MIQCB com a contribuição dos participantes. Entre as principiais ameaças denunciadas pelas quebradeiras de coco babaçu, a questão do envenenamento dos babaçuais e das pindovas (palmeiras de babaçu mais jovens), a necessidade de maior capacitação em associativismo e a necessidade de acesso livre ao território.

Na região, as pindovas estão dando lugar a plantação de capim para alimentar o gado. “Estamos indo cada vez mais longe para buscar o babaçu”, denunciou uma quebradeira. Na chegada da equipe da organização do evento, foram feitos registros dos homens envenenando as palmeiras. “É cada vez mais comum a presença desses invasores”, desabafou outra quebradeira de coco babaçu. Outra denuncia apresentada com relação a quebra do coco é que muitas mulheres “são liberadas” para pegar o coco, mas não podem quebrar o fruto na área do fazendeiro, que se diz proprietário da terra.

Todas as colocações foram registradas e servirão de base para a construção do Planejamento Estratégico do MIQCB nos próximos cinco anos. O objetivo é trabalhar ações e projetos que superem os desafios apresentados. Para os próximos anos, o MIQCB por meio de várias reuniões elegeu três diretrizes para priorizar nos próximos anos: Acesso livre ao Território e Babaçu, Educação Contextualizada e Acesso ao Conhecimento e Economia Solidária.

Eleita a coordenação regional do Pará

Entre as escolhidas para a coordenadora regional do Pará, dona Cledeneuza Bizerra, Jucilene Rodrigues de Sousa, Roselici Silvia, Maria do Carmo Cardoso Santos e 40 delegadas. Em fevereiro de 2019, todas as coordenações regionais e as delegadas eleitas voltarão a se reunir em São Domingues do Araguaia para a eleição da coordenação geral do MIQCB.

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