As vozes de cem mil mulheres ecoarão em Brasília para denunciar os ataques aos direitos e à vida das mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades. Em Brasília, no dia 14 de agosto, as Margaridas anunciarão a plataforma política, apresentando proposições que dialoguem com a sociedade sobre a construção do Brasil que querem. As quebradeiras de coco babaçu do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins também estarão presentes e se juntarão ao coro que exige a garantia dos direitos das mulheres.
O MIQCB, juntamente com centenas de organizações, apoia a Marcha das Margaridas. Ao chegar em Brasília, a organização do evento já dialogou bastante sobre seis eixos que direcionam ao Brasil que as mulheres campo, da floresta e das águas querem e inclui ações contra a exploração, a dominação e todas as formas de violência em favor de igualdade, autonomia e liberdade para as mulheres.
“É preciso que cada vez tenhamos liberdade seguir com nossas vidas, sem pressões políticas, econômicas e culturais”, enfatizou Maria Alaídes de Sousa, coordenadora geral do Movimento Interestadual das Quebradeiras de refere às ameaças sofridas pelo agronegócio, pelos fazendeiros, e muita das vezes por pessoas das próprias comunidades, que se deixam influenciar pelos grandes empreendimentos que se instalam nessas áreas. “É cada vez maior a agressão à nossa cultura, às florestas de babaçus, mas estamos vigilantes, somos Guardiãs das Florestas, e denunciamos essas infrações à nossa biodiversidade”. Uma atuação que aos poucos vem gerando um resultado. Prova disso, é o aumento no número de hectares de 18 para 25 milhões das florestas de babaçu nesses quatro estados. Os dados são resultado do trabalho de pesquisadores da projeto Cartografia Social da Amazônia.
Em Brasília, no dia 14 de agosto, as Margaridas anunciarão a plataforma política, apresentando proposições que dialoguem com a sociedade sobre a construção do Brasil que querem. Para isso organizaram os debates distribuídos em seis eixos de atuação:
Para Rosa Gregória, liderança na Baixada Maranhense, o mais importante é que essas atividades preservam costumes e receitas antigas, fortalecem as atividades de grupo na comunidade e incentivam a segurança alimentar. “Mostramos principalmente aos jovens que de um fruto nativo como o babaçu retiramos a toda a nossa resistência e bem viver”, enfatizou. São atividades que reforçam a luta, a resistência e incentivam as mulheres a continuarem a luta pela soberania alimentar, o acesso livre aos territórios, a autodeterminação dos povos.
Desde o ano 2000, a cada quatro anos, camponesas de todos os estados marcham inspiradas pela história de Margarida Maria Alves, liderança assassinada por defender os direitos de trabalhadoras e trabalhadores rurais. Desde o seu surgimento, a Marcha vem se construindo como a maior e mais efetiva ação de luta das mulheres do campo, da floresta e das águas, contra a exploração, a dominação e todas as formas de violência e em favor de igualdade, autonomia e liberdade para as mulheres.
A Marcha das Margaridas é a maior ação de mulheres da América Latina e leva à capital federal as propostas e os quereres de quem produz comida sem veneno para nossa população. Somos uma potência agroambiental graças a milhões de margaridas que produzem alimentos saudáveis para nossas cidades, garantindo a soberania alimentar e a preservação de nossas sementes crioulas, dos ecossistemas e da biodiversidade.
MIQCB
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