Cerca de 500 quebradeiras de coco babaçu, organizadas por meio do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, participaram da 6ª edição da Marcha das Margaridas, em Brasília no último dia 14. Ao longo do percurso do Parque da cidade de Brasília até a Esplanada dos Ministérios, as vozes das mulheres que lutam pelo bem viver, por meio da quebra do coco babaçu, ecoaram. Juntas exigiam pelo cumprimento de direitos como acesso livre ao território, valorização da cadeia do coco babaçu, capacitação por meio de uma educação contextualizada, acesso a políticas públicas.
Para a coordenadora geral do MIQCB, Maria Alaides Sousa, o momento foi de fortalecer a resistência em um governo tão desmobilizador dos movimentos sociais. “Viemos até a Brasília dizer que as mulheres das águas, das florestas, das cidades não aceitam essa situação de total desvalorização da nossa história de luta, resistiremos e momentos como nos unem e fortalecem”, enfatizou. O MIQCB compareceu com seis ônibus, cerca de 500 mulheres, dos quatro estados de atuação do movimento: Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins. A delegação do Maranhão foi a maior da Marcha com 73 ônibus enviados do Estado.
Na Câmara dos Deputados
A plenária da Câmara dos Deputados foi completamente tomada por mulheres, na manhã do dia 13/08, numa Sessão Solene que deu início à Marcha das Margaridas. A sessão foi requerida pelas deputadas federais Érica Kokay (PT/DF) e Talíria Petrone (PSOL/RJ) e abriu espaço para falas fortes que além de celebrarem a importância da reunião de quase 100 mil mulheres na maior mobilização conjunta de mulheres da América Latina, também abriu espaço para duras críticas ao atual momento político vivido no país.
No Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade
Na abertura da Marcha das Margaridas, no dia 13 à noite no Parque da Cidade, foi a vez da liderança das quebradeiras de coco babaçu, dona Maria do Socorro Teixeira Lima, do Tocantins, falar sobre a importância da Marcha. “Esse é um momento de muita emoção. É um momento de novas leituras e reflexões sobreo país. Continuamos firmes na luta, mesmo após a Reforma da Previdência e lutando pela agroecologia”, afirmou.
Em uma roda de troca de experiências, Rosenilde Gregória, liderança da Baixada Maranhense, alertava as mulheres sobre a necessidade de todas pegarem na mão uma da outra para seguirem juntas na luta. “Antes de não soltarmos a mão de ninguém, é preciso pegar a mão uma da outra”. É importante que estejamos atentas ao retrocesso dos direitos que estamos perdendo. Complementou Rosa.
A Marcha das Margaridas ecoa os desafios que as mulheres do campo, das cidades e das florestam enfrentam e clamam principalmente pelo direito à vida “Nós mulheres estamos cansadas de morrer lutando e por isso voltamos às ruas de Brasília, para dizer que não nos sentimos representadas por esse parlamento que vota contra as nossas pautas. Nós lutamos pela permanência das mulheres no campo, tendo acesso às políticas públicas”, defendeu a quebradeira de coco babaçu e liderança em Cajapio, Maria Antonia.
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