Teve início nessa quarta-feira, 11 de setembro, Dia Nacional do Cerrado, em Brasília (DF), o IX Encontro e Feira dos Povos do Cerrado. A abertura oficial do evento ocorreu no Teatro Funarte Plínio Marcos Funarte e contou com a presença de representantes de povos e comunidades tradicionais do Cerrado, além de autoridades..
A quebradeira de coco e coordenadora geral da Rede Cerrado, Maria do Socorro Teixeira Lima, deu início a solenidade homenageando Maria de Jesus, conhecida como Dona Dijé, grande liderança e importante figura na luta pelos direitos de povos e comunidades tradicionais, que faleceu ano passado.
Para Maria do Socorro, a realização deste encontro é uma grande conquista para a Rede Cerrado, já que sua última edição aconteceu em 2014. “Hoje, mesmo diante dos grandes desafios do momento político, com a ajuda de diversas organizações e parceiros, conseguimos chegar a esse momento”, destacou com grande alegria.
Com o tema: Pelo Cerrado Vivo: diversidades, territórios e democracia, o IX Encontro e Feira dos Povos do Cerrado chama a atenção para as ameaças enfrentadas pelo Bioma. A invisibilidade do desmatamento que atinge mais de 50% de todo território foi um dos assuntos comentados durante a abertura.
“Se continuar nesse ritmo daqui 50 anos só vai sobrar Unidades de Conservação e territórios indígenas. A gente não quer isso! A gente pode ocupar o Cerrado de forma inteligente, protegendo nossa biodiversidade, nossas águas e nossos povos”, afirmou César Victor, membro da coordenação da Rede Cerrado, durante o debate. Ele destacou a necessidade de políticas públicas para o frear a devastação no território.
O secretário de Meio Ambiente do Distrito federal, José Sarney Filho, esteve presente na ocasião e reafirmou a importância dos povos e comunidades tradicionais enquanto “os protetores do que ainda resta do Cerrado”. O secretário falou ainda sobre a necessidade de uma moratória da soja para contenção do desmatamento no Cerrado, a exemplo do que foi feito na Amazônia.
De acordo com Jaime Siqueira do Centro de Trabalho Indigenista (CTI), a realização do Encontro e Feira dos Povos do Cerrado não é apenas importante, mas necessária, “por este ser um espaço de discussão e articulação conjunta em defesa dos povos indígenas e populações tradicionais que vivem no Bioma”.
Lideranças importantes da luta pelo Cerrado em pé, como o geraizeiro Braulino Caetano, diretor do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA-NM) e a quilombola e raizeira Lucely Morais Pio, representante do DGM Brasil, compartilharam suas experiências e o significado do Cerrado em suas vidas.
Durante a abertura do evento o projeto Brasília Ambiental lançou o site Eu Amo o Cerrado. A iniciativa de educação ambiental fomenta o conhecimento de parques, trilhas e Unidades de Conservação do Bioma, localizados no Distrito Federal. Na ocasião, houve também o lançamento do livro “Chapada dos Veadeiros”, de André Dib.
MIQCB
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