Entre os dias 06 a 08 de março, quebradeiras de coco babaçu que integram o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu-MIQCB da Regional Piauí, juntaram-se a centenas de mulheres de diferentes movimentos e organizações do campo, das águas e das florestas, para lutar contra toda forma de violência contra a mulher e contra o meio ambiente. Este ano, o tema do evento foi “Mulheres do Campo Unitário em luta contra o capital e as violências; por direitos e alimentos”.
A programação aconteceu na Casa dos Movimentos Sociais, na capital Teresina, e incluiu a realização da I Feira Agroecológica da Economia Solidária, audiência com o governador do estado e realização um ato em frente à Equatorial Energia para denunciar os altos preços e má qualidade do serviço de energia no estado.
“É com muita alegria que as quebradeiras de coco babaçu do Miqcb se juntam com essas mulheres de garra, de vários segmentos sociais, para lutar pelo combate a toda forma de violência contra a mulher, pela preservação do meio ambiente, dos babaçuais, pelo direito de vivermos nos nossos territórios com qualidade”, declarou Helena Gomes, vice coordenadora do Miqcb.
O primeiro dia da jornada contou com uma solenidade de inauguração da Casa dos Movimentos Sociais, no bairro Primavera, espaço conquistado pelas organizações que compõem o campo unitário do Piauí, em parceria com o governo do estado. O espaço vai sediar o funcionamento administrativo de organizações da sociedade civil do estado, além servir de base para produtores das feiras da agricultura familiar e sediar encontros, capacitações e outros eventos das organizações. Na ocasião, houve apresentação de grupos culturais como o Boi de Mangangá, as Encantadeiras, o Grupo Leseira, a Trupe de Mulheres Esperança Garcia.
O Campo Unitário Piauí é uma articulação constituída de 22 organizações, movimentos sociais e povos do campo, das água e das floresta, tais como Movimento das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento Sem Terra (MST), Coordenação das Comunidades Quilombolas, Coletivo dos Povos e Comunidades Tradicionais do Cerrado, Povos Indígenas do Piauí, Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Federação da Agricultura Familiar (FETRAF).
No segundo dia, houve um debate de análise de conjuntura política. Na sequência as mulheres participaram de uma audiência com o Governador do Estado, Rafael Fonteles (PT), e com secretários do estado para apresentar a pauta das mulheres. Entre elas estavam demandas para o enfrentamento à violência contra as mulheres e ao feminicídio no estado do Piauí, garantias de direitos e ações voltadas para saúde, assistência social, educação, agricultura familiar, preservação do meio ambiente e dos babaçuais, além da luta pela regularização de terras em territórios de comunidades tradicionais.
“A gente vai avançar muito no nosso governo, nessas pautas apresentadas aqui pelas lideranças desses mais diversos movimentos, que reúnem as mulheres deste campo unitário”, assegurou Fonteles.
No último dia de evento, justamente no dia 8 de março, data que é comemorado o dia Internacional das Mulheres, cerca de 400 companheiras foram recebidas com tiros e empurrões na sede da Equatorial Energia. Elas foram ao órgão com o objetivo de apresentar reclamações sobre a baixa qualidade da energia fornecida às comunidades e os preços abusivos cobrados. O Miqcb manifesta repúdio a esse episódio abominável.
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