No dia 5 de setembro, é comemorado o dia da Amazônia, um bioma que inclui a maior floresta tropical do planeta e, sem dúvidas, uma das maiores riquezas da humanidade. Para relembrar a data, quebradeiras de coco babaçu dos estados do Maranhão, Pará, Tocantins e Piauí, estão realizando uma vasta programação que inclui debates sobre a preservação dos babaçuais e da floresta como um todo, incidências políticas em órgãos estaduais e federais para reivindicar a efetivação dos direitos e garantia do modo de vida tradicional nos territórios. A programação das atividades acontece entre os dias 03 a 07 de setembro, em São Luís-MA e está sendo realizado pelo Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu-MIQCB.
O bioma amazônico possui 4,196.943 milhões de km2 de floresta e abrange nove países. Segundo dados da Nova Cartografia Social da Amazônia (2015), a região ecológica dos babaçuais envolvendo os estados do Maranhão, Pará, Tocantins e Piauí, estima-se em torno de 25 milhões de hectares de babaçuais. A palmeira de babaçu é uma árvore nativa da Floresta Amazônica e Cerrado, que oferece renda para milhares de mulheres que vivem da quebra e beneficiamento do coco babaçu. Essas palmeiras estão sendo devastada por meio de queimadas, derrubadas, aplicação de venenos por fazendeiros e devastação pelo agronegócio.
A ação foi destaque na mídia. CONFIRA:
“Nesse momento em que o mundo volta a atenção para a Amazônia, nós quebradeiras de coco babaçu dos quatro estados estamos desde domingo dialogando e compartilhando nossas lutas pela preservação dos nossos babaçuais. O coco babaçu é fonte de renda para milhares de famílias e, ao longo dos anos, estamos vendo nossas palmeiras sendo devastadas pelas queimadas, fogo, correntões, veneno”, declarou Maria Alaídes, coordenadora do MIQCB.
Além dos debates que acontece no Centro Combonianos, em São Luís, uma parte das quebradeiras e assessorias reuniram-se, na terça-feira (05), com representantes Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (SEDIHPOP), Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA), Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma) e Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) para apresentar as pautas das quebradeiras para representantes do Governo do Maranhão.
Na quarta-feira, 06, a reunião será na Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/MA) e representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA/MA), para tratar sobre as questões territoriais das comunidades tradicionais.
CAMPANHA TEM FLORESTA EM PÉ, TEM MULHER – O MIQCB em parceria com a Oxfam Brasil, Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) e Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), desenvolvem a campanha Tem Floresta em Pé, Tem Mulher, com o intuito de dar visibilidade às lideranças femininas que fazem a diferença na proteção e preservação dos territórios e meio ambiente das florestas.
Com as ações da campanha, queremos tirar do anonimato os modos de vida dessas mulheres, convidando a sociedade a valorizar seu papel fundamental no fortalecimento de povos tradicionais, assim como na preservação dos territórios onde residem suas famílias. Ao cuidarem de áreas ambientais, elas também garantem a manutenção da sociobiodiversidade brasileira.
“As mulheres estão na linha de frente da preservação ambiental e dos direitos humanos nessas localidades, mas seu trabalho é pouco reconhecido”, afirma Bárbara Barboza, da Oxfam Brasil. “Elas são lideranças no movimento social e têm um papel central nas práticas de manejo e defesa dos seus territórios, mas são desconsideradas quando é preciso decidir sobre o uso dos recursos naturais.”
O extrativismo vegetal é indispensável na cultura do babaçu, um fruto nativo que depende da floresta em pé e de sua rica biodiversidade, fundamental também para a estabilidade climática do planeta. Um exemplo sobre a importância das mulheres nessas comunidades é o fato de elas serem as responsáveis pela preservação das sementes e manutenção da variedade de espécies cultivadas: seus quintais são fontes complementares de alimentação e de medicamentos naturais.
Além disso, com o apoio do financeiro do Instituto Clima e Sociedade – ICS, o Miqcb está beneficiando famílias com a aquisição de sistema de irrigação e outros equipamentos para implementação de Sistemas Agroflorestais-SAF’s- Agroquintais. Esse Sistema permite a produção de alimentos consorciados com espécies nativas como bacuri, açaí, palmeiras de coco babaçu, entre outros.
FUNDO AMAZÔNIA – outra ação desenvolvida pelo MIQCB em prol da preservação da Amazônia é a execução do projeto Floresta de Babaçu em pé. O projeto conta com apoio financeiro do Fundo Amazônia/BNDES.
Com apoio do Fundo Amazônia, o Miqcb, por meio do Fundo Babaçu lançou edital na ordem de R$ 1.600,000,00 (um milhão e seiscentos mil reais) para apoiar projetos sócios ambientais de quebradeiras de coco. O Fundo Babaçu recebeu 27 projetos, distribuídos nas categorias Curingas (11), Capota (06) e Pindova (10), totalizando R$ 2.483.519,41 reais. As propostas recebidas estão sendo analisadas pelo Grupo Gestor do Fundo Babaçu, seguindo os critérios exigidos pelos Editais.
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