Aula inaugural aconteceu nesta segunda-feira (18), e contou com representantes do poder público e da sociedade civil
Foi com muita animação que 30 quebradeiras de coco babaçu e agroextrativistas de mais de 10 municípios do Maranhão participaram da Aula Inaugural de Licenciatura em Educação do Campo (LEDOC)/Ciências Humanas, nesta segunda-feira (18), no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), em São Luís-MA. A Licenciatura terá duração de 4 anos e as aulas serão na modalidade de formação por alternância.
A mesa de abertura contou com a presença da coordenadora geral do Miqcb, Maria Alaídes Alves, a quebradeira de coco e aluna universitária, Rosa Gregória, a coordenação do Proetnos – Programa de Formação Docente para a Diversidade Étnica, Marivânia Furtado, Profª. coordenação do curso de Licenciatura em Educação no Campo, Viviane Barbosa; vice-reitor da UEMA, Paulo Catunda, Pró-reitora de graduação da Uema, Mônica Piccolo, bem como, o secretário de Estado da Agricultura Familiar, Bira do Pindaré e a secretária adjunta da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular, Amanda Costa.
“Para nós é um dia de luta, um dia de conquistas e um dia de agradecimento. Dizer que essa parceria entre o MIQCB e Uema com o curso de graduação, para nós quebradeiras de coco, que estão na base, que estão lá nos colégios dos municípios, no estado, na ideologia de trabalhar a formação de professores para nós, do campo, é trabalhar a iniciativa política, social, que está dentro da política do MIQCB enquanto a educação contextualizada”, comenta a coordenadora geral do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB).
O vice-reitor da UEMA destaca a importância Proetnos para formação e qualificação de professores para assumir os processos de escolarização nos territórios dos povos e comunidades tradicionais no Estado do Maranhão, garantindo assim, a autonomia desses territórios, uma vez que os professores a serem formados devem ser exclusivamente oriundos das suas comunidades e povos tradicionais.
“É muito importante para a UEMA trazer as quebradeiras de coco para dentro da Universidade. Esse curso de Educação no Campo voltada para esse movimento, que é um movimento tão importante no Maranhão e em outros estados, mostra que estamos no caminho certo, pois a UEMA é uma Universidade inclusiva e plural”, frisou o vice-reitor da Uema, professor Paulo Catunda.
As mulheres eram só alegria e gratidão, a exemplo da quebradeira de coco e coordenadora de base do MIQCB, Maria Natividade, da comunidade São Miguel, município de Cajari, na Baixada Maranhense. “O que eu sinto hoje é uma felicidade imensa porque eu nunca imaginava que eu pudesse estar passando por um momento de felicidade desse. Eu como negra, quebradeira de coco, mãe de oito filhos, passei por grandes sofrimentos e hoje me vejo numa felicidade, cursando uma faculdade aqui na UEMA. Quero ser um espelho, um exemplo para a juventude, um exemplo para as mulheres e para a população”, declarou.
PARCERIA – A conquista é fruto de articulação do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – Miqcb, por meio do Centro de Formação das Quebradeiras de Coco Babaçu junto ao Programa de Formação Docente para atender a Diversidade Étnica do Maranhão (Proetnos/Uema).
“Em 2023 o Miqcb inaugurava seu Centro de Formação das Quebradeiras de Coco Babaçu. A partir de mobilização com professores nós conseguimos fazer uma articulação com professores atuantes no Proetnos, onde surgiu a ideia de construirmos a proposta de curso superior para as quebradeiras e hoje estamos aqui, celebrando essa grande conquista. Enquanto equipe técnica do Movimento estamos muito emocionadas vendo as mulheres, jovens agroextrativistas que estão aqui tendo a oportunidade de ingressar na Universidade. É com muito orgulho que a gente prestigia esse momento “, explica Anny Linhares, coordenadora do Projeto Floresta de Babaçu em Pé no MIQCB.
A Coordenadora geral do Proetnos, Marivânia Furtado destaca o avanço do Programa (Proetnos) e a parceria da UEMA com o Miqcb. “Nós iniciamos com educação interculturais indígenas, ampliamos para licenciatura em educação quilombola e numa parceria muito produtiva com o MIQCB, negociada, conversada, articulada, a partir de 2023, nós conseguimos consolidar a primeira turma com uma Licenciatura específica para quebradeira de coco e agroextrativista, que é a Licenciatura em Educação no Campo Ciências Humanas. A gente espera que com essa parceria com o MIQCB, possamos avançar ainda mais no fortalecimento de uma educação que de fato visa a autonomia dos territórios étnicos, o bem viver dessas comunidades, desses povos, potencializando o que já tem nos territórios de conhecimento e de saberes”, concluiu.
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