27/11/2024 3:12 pm

MIQCB participa de Seminário que discute Mapeamento de Conflitos Agrários, em Brasília-DF

De 25 a 27 de novembro acontece, EM Brasília, o 1º Seminário Nacional: Perspectivas no Mapeamento de Conflitos Agrários. O Movimento Interestadual das Quebradeiras das Quebradeiras de Coco Babaçu-MIQCB está representado pela coordenadora geral, Maria Alaides e a assessora, Sandra Regina Monteiro.

O objetivo do Seminário é promover a troca de experiências entre o governo e a sociedade civil para desenvolver mecanismos eficazes no enfrentamento à violência no campo. Esse intercâmbio visa subsidiar a criação do Método de Mapeamento de Conflitos Agrários a ser adotado pelo Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Agrários – DEMCA/MDA e fortalecer a integração com os processos de mapeamento já em andamento no Brasil, aprimorando as respostas do Estado a esses conflitos.

O evento está sendo realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.

Durante a programação houve a posse dos Membros do Comitê de Promoção da Paz no Campo (CPPaz/CONDRAF).

Atualmente, mais de 400 conflitos agrários foram mapeados pelo governo federal, sendo fundamental a colaboração entre o governo, sociedade civil, universidades e a população. O Seminário busca impulsionar o desenvolvimento de metodologias participativas para a mediação e prevenção de conflitos nas áreas rurais, nas águas e nas florestas.

“Eu sou Maria Alaides, quebradeira de coco babaçu e venho aqui trazer a realidade vivida nos territórios das quebradeiras. Nós, quebradeiras de coco, povos das águas e das florestas, estamos enfrentando uma série de violações e crimes que colocam em risco nossas vidas, nossos direitos e nossas tradições. Nos últimos anos, o cercamento dos babaçuais e de outros recursos naturais, derrubadas das palmeiras, pulverização de veneno, tem aumentado de forma assustadora. O que sempre foi terra de uso comum, onde a gente garantia o sustento de nossas famílias, agora está sendo tomado pelo avanço desenfreado pelo agronegócio. Isso tem nos privado do nosso trabalho, da nossa autonomia, e ameaçado nossa existência enquanto povo tradicional”, declarou Maria Alaides, coordenadora geral do MIQCB.

“Não bastasse isso, temos assistido, com muita dor, à morte de lideranças que ousam levantar a voz contra essas injustiças. A expansão das monoculturas e dos grandes empreendimentos atropela nossos modos de vida e destrói a natureza, que é sagrada para nós. Estamos aqui, neste seminário, para para denunciar essas violações e para cobrar do Estado e da sociedade o reconhecimento dos nossos direitos. Somos guardiãs do babaçu, da sociobiodiversidade. E não vamos desistir de lutar pela proteção dos nossos territórios e pela vida de nossas comunidades”, concluiu.

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