O Centro de Formação do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), celebrou mais uma conquista histórica: a formatura da segunda turma de mulheres, realizada em São Luís, no dia 12 de novembro, na Praça Negro Cosme, no Centro Histórico da cidade. O curso, que integra o programa de extensão “Quebrando saberes, elaborando projetos e preservando as florestas de babaçu”, reafirma o compromisso da organização com a educação contextualizada e o fortalecimento das comunidades tradicionais.
O evento destacou a importância do protagonismo feminino nas lutas ambientais e culturais da região. De acordo com Ednalva Ribeiro, vice coordenadora do MIQCB, o objetivo da formação é conectar a prática cotidiana das quebradeiras de coco ao reconhecimento de sua relevância como guardiãs dos territórios e da biodiversidade. “É prazer termos esse Centro de Formação que tem por objetivo, promover atividades contextualizadas a realidade das mulheres”, disse.
A professora da turma, Ana Maria, ressaltou a importância de concretizar o sonho das mulheres quebradeiras de coco babaçu. “Eu diria que não é o final, mas é a continuação de um processo da segunda turma de mulheres do Centro de Formação do Curso, Quebrando os Saberes, Implementando Projetos Socioambientais e Preservando a Floresta de Babaçu, que é um sonho delas desde quando elas se reuniram para montar o Movimento. Então ele tem, entre outros objetivos, qualificar, capacitar e formar essas mulheres lutadoras, guerreiras, quebradeiras de coco nesse processo de liderança”, disse.
Educação popular e cultural como base do sucesso
Um dos grandes diferenciais do Centro de Formação é a parceria com o Instituto Federal do Maranhão (IFMA). O envolvimento de professores voluntários e a utilização de metodologias de ensino voltadas à realidade das quebradeiras de coco garantem uma experiência de aprendizado que valoriza a ciência e a sabedoria popular.
As quebradeiras de coco também puderam experimentar durante a formação a construção de uma peça de teatro ministrada pela professora do Núcleo Artístico Feminista (NAFEM), Dayana Roberta. As mulheres apresentaram o espetáculo: Da luta à cena quebradeiras te contam”.
Para Dayane, o teatro na vida das quebradeiras, ele é importante porque vai trabalhar além do campo crítico, mas também as questões políticas, sociais, culturais e econômicas que giram em torno de toda a luta das quebradeiras de coco babaçu. “Nós vamos seguir fazendo teatro, um teatro político, um teatro feito por mulheres, feito para a luta, porque a luta das mulheres é resistência, mas também é revolução”, disse.
Histórias que inspiram
Entre as novas formandas, muitas destacaram o impacto da formação em suas vidas e comunidades. Rosa Gregória da Baixada maranhense, destacou a realização desse sonho de sair formada pelo Centro de Formação. “São de sonhos mesmo, desde que a gente participa do movimento das quebradeiras, a gente discutia a questão da educação e quando a gente participa do espaço de formação construído por nós, as quebradeiras, tem tudo para melhorar nossas condições de liderança, do trabalho que a gente já faz com essa formação. Uma coisa muito forte e hoje a gente consegue dentro dos espaços, destacar a nossa luta, conversar sobre a nossa história e poder propor questões para o nosso dia a dia, melhorando as nossas condições de luta, isso é muito importante para a gente”, disse.
Já Égila Monteiro, também formada pelo Centro de Formação, falou sobre a equipe que realizou a formação das mulheres. “A equipe de formação de mulheres foi muito proveitosa e de bastante conhecimento. Nós aprendemos cada dia mais sobre os nossos direitos, sobre os nossos deveres e sobre a nossa luta do nosso dia a dia, na nossa base, da sempre fortalecendo nossas mulheres, as guerreiras e as guardiãs das nossas florestas”, disse.
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