Os povos e comunidades tradicionais no país (PCT´S) somam aproximadamente cinco milhões de brasileiros, que ocupam um quarto do território nacional, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Eles são considerados os guardiões da biodiversidade brasileira, uma vez que seus modos de vida se dão em equilíbrio com a preservação dos recursos naturais. Quais os desafios para a preservação desse povo, dos biomas onde vivem e como o saber popular e o conhecimento cientifico podem fortalecer a luta pela preservação dos milhares de quilombolas, indígenas, quebradeiras de coco babaçu, ribeirinhas entre outros povos tradicionais. O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, organizador do Seminário Nacional dos PCT´s, realizado no Maranhão em julho de 2018, participa também como organizador desta atividade.
É o que será debatido nos dias 29 e 30/11 na Roda dos Povos e Comunidades Tradicionais, que será realizado no Auditório Noé Mendes, no Centro de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal do Piauí. A finalidade é proporcionar o diálogo e a troca entre o conhecimento tradicional e o científico. Participarão desta atividade quebradeiras de coco babaçu, indígenas, quilombolas, Povos do Cerrado, Povos de Terreiro, oleiros, ribeirinhos, Profetas da Chuva, brejeiros, Tambor de crioula e capoeira. O evento tem a organização do Laboratório do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia e o Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPI, em parceria com o Movimento Interestadual das Quebradeira de Coco Babaçu – MIQCB.
Entre os objetivos do projeto estão o de promover o diálogo entre os artífices do conhecimento tradicional e científico; favorecer o desenvolvimento da ciência por meio da vivência com os povos e comunidades tradicionais; contribuir para o reconhecimento dos saberes tradicionais e o respeito aos seus detentores, promovendo a erradicação de todas as formas de preconceito, discriminação e intolerância e ajudar na criação e aprimoramento das ações e politicas públicas que promovam o reconhecimento e a inclusão das populações tradicionais.
Para Helena Gomes da Silva, coordenadora regional do MIQCB no Piauí, a atividade é oportuna pois serão apresentados também alguns encaminhamentos aprovados no Seminário Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, realizado no quilombo Monte Alegre, no Maranhão, em julho, que reuniu cerca de 200 pessoas. Apoiado pela União Europeia, Fundação Ford e ActionAid, todas organizações internacionais de combate à pobreza, o seminário levou à construção de uma Agenda em Comum para os PCT´s e da Carta de Monte de Alegre. Registros importantes que orientarão as ações do Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais, empossado em setembro de 2018 em Brasília. A sistematização da agenda em comum foi realizada a partir dos encaminhamentos dos quatro grupos temáticos por eixo debatidos durante o Seminário e que virão a tona nessa discussão: Acesso ao Território e aos recursos naturais, Infraestrutura, Infraestrutura e Inclusão Social e Fomento e Produção Sustentável.
Homenagem
Durante a programação será prestada uma homenagem póstuma a quebradeira de coco babaçu, líder quilombola e Conselheira do Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, dona Maria de Jesus Brigelo. Uma das grandes lideranças nacionais e internacionais em defesa pelo acesso livre ao território. Ela faleceu em setembro no Quilombo Monte Alegre, vítima de um infarto fulminante. Durante a programação, além das rodas de conversa, grupos de discussões e momento de vivência. Haverá, ainda, uma feira com produtos confeccionados pelos povos e comunidades tradicionais.
Sobre os Povos e Comunidades Tradicionais
De acordo com o Serviço Florestal Brasileiro, de 75% a 79% da área registrada por todas as comunidades do país está coberta de vegetação nativa, muito acima do requerido por lei. Os povos e comunidades tradicionais expressam a diversidade cultural e identitária que marcam a conformação da sociedade brasileira.
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