A última semana, entre 7 e 12 de outubro, foi dedicada à Segurança Institucional, Pessoal e Coletiva nas regionais Pará, Tocantins e Imperatriz. O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu contratou a consultora e assistente social Mari Vilma Maia para realizar diagnóstico e ministrar oficinas locais para desenvolver o Plano de Proteção, Cuidado e Autocuidado.
A primeira fase aconteceu nos últimos meses, com a aplicação de uma pesquisa virtual com perguntas acerca da Segurança. Questionamentos como monitoramento dos escritórios, orientações de proteção das lideranças, armazenamento de dados, entre outras interrogações, serviram para mapear as noções que as equipes, coordenações e lideranças possuem em relação ao tema, além de demarcar pontos fortes e frágeis da instituição.
A segunda fase se apresentou em formato de oficinas, que ainda ocorrem em outras regionais. A primeira aconteceu no Pará, nos dias 7 e 8 de outubro; na sequência, foi a vez do Tocantins receber a oficina nos dias 9 e 10; para fechar a semana, as mulheres de Imperatriz também foram treinadas.
O ponto em comum entre todas as regionais foi a apresentação do diagnóstico da pesquisa realizada nos meses anteriores, tanto demonstrando os resultados institucionais quanto apontando a apuração local. “Cada regional se destacou em uma performance, por isso escolho oferecer uma oficina de escuta. A ideia é que as próprias mulheres escolham como conduzir os trabalhos”, disse Mari.
No Pará, por exemplo, as conversas e dinâmicas que surgiram depois do diagnóstico serviram para aproximar as participantes. “Essa troca de experiências, de poder entender o que cada uma de nós passa no dia a dia e o que já enfrentamos para chegar até aqui foi muito valioso”, como expressou a assessora da CIMQCB na regional Kaline da Silva Paz.
Ela também participou da dinâmica de confiança, sua missão era conduzir a coordenadora Executiva da Regional, Cledeneuza Bizerra, por um percurso com obstáculos, com o desafio de que a liderança fosse vendada. Outro momento lúdico e coletivo muito elogiado foi a atividade de desenhar como cada pessoa se vê no MIQCB, que rendeu um varal de obras de arte.
Já no Tocantins, o foco foi no diálogo. À medida que Mari apresentava o diagnóstico da pesquisa sobre segurança, as mulheres complementavam com análises e exemplos de suas realidades. Maria Senhora, liderança que veio de Esperantina, avaliou o evento como produtivo, “a gente sabe que tem que se cuidar, no tempo que o conflito era grande a gente tinha nossas estratégias, ia por uma vereda e voltava por outra, mas agora o tempo é outro, os perigos mudaram, a gente precisa aprender a se cuidar e cuidar das nossas companheiras”.
As dinâmicas também foram diferentes, Mari Vilma conta que propõe atividades de acordo com as especificidades de cada local. “A ideia é aproveitar os pontos fortes para praticar em equipe para que elas entendam como a atuação delas impactam no todo. Outra estratégia é trabalhar os pontos de melhoria como exercício”.
Todas as mulheres estavam envolvidas. A coordenadora de base Silvania Nunes chegou a declarar que o movimento a salvou, “eu não estaria aqui se não fossem minhas companheiras, as vezes eu acho que foram os anjos que as trouxeram para perto de mim no momento em que mais precisei”. Essas e outras declarações surgiram de histórias de muita dor, mas que são superadas aos pouquinhos a cada dia entre elas, com elas e por elas.
Imperatriz encerrou a semana com muito teatro, ou melhor, “psicodrama pedagógico espontâneo”, como explicou Mari. As mulheres narraram episódios de embate e insegurança que tiveram em seus territórios, as mais inusitadas foram transformadas em apresentação teatral.
“Gostei”, disse a assessora da CIMQCB Rosalva Gomes, que se envolveu em todo o processo com contribuições importantes. “Aprendi novos conceitos e pude partilhar com as minhas companheiras as nossas vivências para pensar em como podemos nos cuidar ainda mais”. Por fim, a festa, homenagem e declaração para Raimunda Nonata Bezerra, que fez aniversário na última sexta-feira, 11. “Vida, proteção, cuidado, alegria”, desejaram o grupo.
Todas as regionais receberão Mari para a Oficina, desses momentos serão coletadas as propostas e sugestões para o Plano de Proteção, Cuidado e Autocuidado que será construído após a finalização das oficinas em todas as regionais.
MIQCB
MOVIMENTO INTERESTADUAL DAS QUEBRADEIRAS DE COCO BABAÇU
REDES SOCIAIS
LOCALIZAÇÃO
2025 - Todos os direitos reservados - Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu - Desenvolvido por Cloud Services