Teresina, capital do Piauí, reuniu nessa quarta-feira (19) mulheres quebradeiras de coco babaçu com o objetivo de fortalecer sua luta pela preservação dos babaçuais, pela autonomia e pelo acesso a políticas públicas que garantam seus direitos. O encontro foi promovido pela AMTCOB (Associação das Mulheres Trabalhadoras do Coco Babaçu) e pelo Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), por meio do Projeto Baqueli.
Conexão e fortalecimento da luta
O evento teve início com um momento de conexão entre as participantes, reafirmando a importância da união para a defesa dos territórios e o fortalecimento das organizações das quebradeiras. “Esse encontro é fundamental para dar visibilidade à nossa luta e reforçar a importância de mantermos nossos territórios livres e produtivos”, afirmou Marinalda Rodrigues, coordenadora executiva do MIQCB regional Piauí.
Diálogo e planejamento para avançar
As participantes compartilharam suas experiências e contribuíram para a aplicação de um questionário, permitindo uma avaliação coletiva dos desafios e das conquistas do movimento. Os resultados foram apresentados e debatidos, dando base para a construção de uma agenda estratégica de luta e a definição de próximos passos. “Saímos desse encontro ainda mais fortalecidas, sabendo que estamos no caminho certo e que juntas podemos conquistar muito mais”, destacou Helena Gomes, presidenta da AMTCOB.
Capacitações para garantir direitos e sustentabilidade
Um dos pilares do evento foi o alinhamento para agendas nos territórios das quebradeiras de coco, que envolve temas essenciais para a continuidade e fortalecimento da sua luta. Entre os assuntos abordados, destacam-se:
Direitos e Lei do Babaçu Livre
Sustentabilidade e Mudanças Climáticas
Gestão Organizativa e Elaboração de Projetos
Gênero, Juventude e Territórios
Comunicação e Redes Sociais
Mulheres em ação pela autonomia e pela renda
O encontro também reforçou a necessidade de garantir que as quebradeiras de coco tenham autonomia econômica e acesso a políticas públicas que viabilizem sua atividade. Foram debatidas formas de potencializar a renda das quebradeiras e ampliar a inserção de seus produtos nos mercados, sempre respeitando os princípios da sustentabilidade e do manejo adequado dos babaçuais.
Encerramento com reflexão e reafirmação da luta
Para encerrar o encontro, uma roda de conversa com o tema “Eu e o Babaçu” permitiu que cada participante compartilhasse sua relação com a atividade, reforçando a identidade coletiva das quebradeiras de coco. Socorro de Souza, diretora do Instituto Babaçu, destacou a importância desse espaço: “Foi um encontro enriquecedor, que mostrou a força e a consistência do nosso movimento. Saio daqui fortalecida, sabendo que há muitas pessoas boas e comprometidas com essa causa”.
Já Alessandra, da comunidade Sítio, município de Cristino Castro, no sul do Piauí, que é uma liderança da comunidade destacou: “Para mi hoje foi um dia muito produtivo, de muita experiência, de muito conhecimento, desenvolvimento para a nossa comunidade, para nossa associação. Estamos fundando uma associação e acredito que da próxima vez já me represento como um grupo, institucionalizado como associação. Foi muito bom ter conhecido novas pessoas e espero que cada dia que passa tenhamos mais conhecimentos.
A luta das quebradeiras de coco segue firme, com a convicção de que só com organização, capacitação e mobilização é possível garantir o direito aos babaçuais e a construção de um futuro sustentável para as próximas gerações.
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