22/03/2025 12:30 pm

MIQCB e Fundo Babaçu fortalecem articulação na Amazônia durante II Intercâmbio da Rede de Fundos Comunitários

Entre os dias 15 e 22 de março de 2025, São Gabriel da Cachoeira (AM) foi palco do II Intercâmbio da Rede de Fundos Comunitários da Amazônia (RFCA). O encontro reuniu representantes de nove fundos comunitários que atuam com povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, incluindo o Fundo Babaçu e o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), representados por Nilce Cardoso (secretária executiva) e Ednalva Ribeiro (vice-coordenadora do MIQCB).

O evento foi sediado pelo Fundo do Rio Negro (FIRN) e contou com o apoio da Federação Indígena do Rio Negro (FOIRN) e comunidades locais. Durante oito dias de intensa programação, os participantes vivenciaram a realidade das comunidades indígenas da região, promovendo trocas de experiências e debates estratégicos.

Financiamento climático e articulação para a COP 30

O tema central do intercâmbio foi o financiamento climático, com destaque para a atuação da RFCA na COP 30, que acontecerá em novembro de 2025, em Belém (PA). A Rede tem se fortalecido para incidir nas discussões sobre recursos para comunidades tradicionais e originárias, ampliando sua participação em espaços internacionais.

Além da programação oficial, os participantes tiveram a oportunidade de visitar aldeias indígenas da região. Para Nilce Cardoso, secretária executiva do Fundo Babaçu, o intercâmbio foi um momento crucial para fortalecer a RFCA:

“O segundo intercâmbio da Rede de Fundos Comunitários foi muito importante para o processo de consolidação, integração e afirmação dos objetivos da Rede. Nesses dias, discutimos o financiamento periódico e a inserção dos movimentos que criaram os fundos comunitários no contexto da Amazônia, a partir de suas demandas, da afirmação dos territórios e das condições de vida. Refletimos sobre como a Rede pode incidir nos financiamentos existentes e, mais ainda, como os fundos que a integram podem se ajudar, partilhando avanços, dificuldades e processos administrativos e políticos. Foi um momento muito rico, conhecemos várias comunidades e aldeias indígenas, e saímos fortalecidos para continuar esse processo de garantir recursos diretos para as demandas das comunidades de base.”

Vivência nas aldeias e a riqueza da troca de experiências

Durante o intercâmbio, os participantes realizaram uma visita à Aldeia Cartuxo, que envolveu quatro horas de barco pelo Rio Negro. A experiência permitiu um contato mais próximo com a cultura e os modos de vida dos povos indígenas da região.

Ednalva Ribeiro, vice-coordenadora geral do MIQCB, destacou a importância dessa imersão:

“Foi uma experiência muito boa. São Gabriel da Cachoeira é uma cidade muito indígena, e essa convivência nos permitiu conhecer a realidade dos indígenas, quilombolas, agricultores e quebradeiras de coco babaçu. Só vendo de perto conseguimos compreender a realidade de cada um. Na Aldeia Cartuxo, fomos recebidos com apresentações culturais e conhecemos a produção artesanal, a farinha de banana, o cultivo de abacaxi e outros produtos. A aldeia tem uma cooperativa e se organiza para fortalecer sua economia.”

Além disso, Ednalva ressaltou as discussões sobre a organização da RFCA para a COP 30:

“Conversamos muito sobre a participação na COP, o que vai acontecer no Brasil e as possibilidades de incidência. Foi um contexto muito interessante e que nos deu ainda mais força para seguir adiante.”

Fortalecimento da Rede e perspectivas futuras

O II Intercâmbio da RFCA é parte de uma estratégia maior da Rede para consolidar seu papel na defesa dos direitos e do financiamento direto para povos e comunidades tradicionais. Desde sua criação, a RFCA tem ampliado sua atuação, participando de eventos internacionais como o XI FOSTA, na Bolívia (junho/2024), e o I Intercâmbio da Rede, em Esperantina (PI, julho/2024).

A troca de experiências entre os fundos comunitários que integram a RFCA reforça a necessidade de articulação conjunta, visando ampliar a autonomia financeira e a sustentabilidade dos povos que defendem seus territórios e modos de vida.

Com o olhar voltado para a COP 30 e os desafios do financiamento climático, a RFCA segue fortalecida e com a missão de garantir que as vozes das comunidades de base sejam ouvidas em espaços de decisão.

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