No Mês da Mulher, o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) – Regional Mearim/Cocais-MA promoveu na quinta-feira, 13 de março, um encontro especial com as quebradeiras da região, reunindo força, história e mobilização em torno de causas urgentes. Realizada na Associação das Quebradeiras de Coco de Codó, na Travessa do Sol e Codó Novo, a atividade aconteceu em formato de roda de conversa e teve como eixos centrais o combate à violência contra a mulher, o cuidado e autocuidado das quebradeiras, o enfrentamento ao racismo ambiental, a minuta do Projeto de Lei Babaçu Livre nos municípios de Codó e Timbiras, e a importância da Cooperativa Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – CIMQCB para o fortalecimento econômico e produtivo dessas mulheres.
A roda foi espaço de partilha, empoderamento e articulação. Participaram do encontro coordenadoras regionais, equipe técnica do MIQCB, representantes da cooperativa e de organizações parceiras como a Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão – ASSEMA, além de outras entidades comprometidas com a causa das quebradeiras.
Para as quebradeiras, o babaçu vai muito além do sustento. É patrimônio cultural, identidade e símbolo de resistência. E a ameaça aos babaçuais, seja por desmatamento ou restrição de acesso às palmeiras, representa um ataque direto à vida e aos direitos dessas mulheres.
“Esse evento é importante porque as quebradeiras estão se conscientizando, valorizando o trabalho, valorizando nosso produto, que é o babaçu que nós temos. Por isso essa grande luta, essa grande mobilização das quebradeiras em Codó. Enquanto MIQCB estamos aqui para organizar e fortalecer a luta das quebradeiras pela preservação das palmeiras vivas”, destacou Maria de Fátima, coordenadora executiva do MIQCB.
Durante o encontro, a coordenadora geral do MIQCB, Maria Alaides, lembrou que o mês de março é marcado por ações intensas nos quatro estados de atuação do movimento – Maranhão, Tocantins, Piauí e Pará. “Estamos realizando incidências políticas na busca dos nossos direitos, como o direito de ir e vir na coleta do coco babaçu, da Lei Babaçu Livre, diálogos sobre a economia sustentável do babaçu, e com o poder público sobre leis que impactam a vida das mulheres”, pontuou.
Chamada à responsabilidade do poder público
Luciene Dias Figueiredo, coordenadora técnica do MIQCB, foi enfática ao destacar que o encontro é também um chamado à responsabilidade do poder público, para que atue na proteção dos babaçuais e na garantia do livre acesso das quebradeiras às palmeiras. “Aqui é o momento do protagonismo, do debate e discussão com as próprias quebradeiras, com a sociedade de Codó e também com o poder público, chamando a responsabilidade do legislativo e executivo para proteger os babaçuais, impedir as derrubadas, garantir o direito das quebradeiras. O lugar da quebradeira é o lugar de quem está defendendo a sua vida”, afirmou.
Cooperativa como base de autonomia
A assessora da cooperativa interestadual CIMQCB, Flávia Azeredo, também participou da programação, ressaltando a importância da cooperativa para a preservação do modo de vida das quebradeiras e a valorização econômica do trabalho desenvolvido por elas. A cooperativa, segundo Flávia, é instrumento de autonomia, fortalecimento e continuidade de uma tradição que gera renda, dignidade e sustentabilidade.
O encontro em Codó simboliza mais do que uma atividade de formação: é a reafirmação de uma luta histórica e essencial. As quebradeiras seguem de pé, com o coco nas mãos e o olhar firme no futuro, exigindo respeito, justiça ambiental e a aprovação da Lei Babaçu Livre – para que suas palmeiras sigam vivas e seu modo de vida preservado.
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