ERRATA – Fundo Babaçu aprova 11 projetos no 8º Edital e fortalece comunidades tradicionais

ERRATA

Na matéria publicada em (12 de março) sobre os resultados do 8º Edital do Fundo Babaçu, informamos, erroneamente, uma lista 13 projetos, no entanto, o número correto de propostas selecionadas foi 11, conforme cabeçalho da chamada.


Os projetos selecionados, com suas respectivas organizações foram notificados por ofício, para as providências e encaminhamentos. Pedimos desculpas às organizações não selecionadas que foram listadas no primeiro link de divulgação, de forma equivocada.


Reiteramos que, ao todo, foram 11 projetos aprovados, distribuídos nas seguintes categorias: 1 na categoria Coringa, 4 na Capota e 6 na Pindova. O investimento total foi de R$ 779 mil, oriundo do Fundo Amazônia, destinado a ações que promovem a autonomia das quebradeiras de coco babaçu e a sustentabilidade das comunidades tradicionais, por meio de iniciativas como sistemas agroflorestais, agroindústrias, quintais produtivos e reformas de infraestrutura, conforme lista abaixo.

1 – Cooperativa de Agricultores e Agricultoras Familiares e Economia Solidária de Rosário – MA (COOAFAESR)

2 – Associação dos Moradores do Povoado Batatal (Timbiras – MA)

3 – Associação dos Moradores do Quilombo Rural da Ilha de Camaputiua (AMOQRUICA) – Cajari – MA

4 – Casa Familiar Rural – CFR (Açailândia – MA)

5 – Fundo do Desenvolvimento e Fomento da Economia Solidária da Região de Codó (FUNDFESRC) – Codó – MA

6 – Grupo de Agricultores Familiares do Povoado Baias de Viana – MA (AGRAFPB)

7 – Associação dos Horticultores e Horticultoras de São Domingos do Araguaia – São Domingos do Araguaia – PA

8 – Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Buriti do Tocantins (AMB) – Buriti do Tocantins – TO

9 – Instituto Zé Cláudio e Maria (IZM) – Nova Marabá – PA

10 – Associação Rural do Povoado de Tarumã – ARPTA (Viana – MA)

11 – Associação de Moradores da Aldeia Centro do Antero Território Taquaritiua – AMACATT (Território Taquaritiua – Viana – MA)

Katilla Ferreira e Maria do Rosário representam o MIQCB no Conselho de Crianças e Adolescentes do Instituto Alana

Entre os dias 12 e 14 de abril, o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) esteve representado por duas vozes potentes do Maranhão na imersão do Conselho de Crianças e Adolescentes do Instituto Alana. A jovem Katilla Ferreira, de 13 anos, e a quebradeira de coco e liderança Maria do Rosário, ambas do Território Quilombola Sesmaria do Jardim, no município de Matinha (MA), participaram do encontro representando o movimento.

O evento, realizado na Fazenda Morros Verdes, em Ibiúna (SP), promoveu momentos de escuta, integração com a natureza e atividades de cocriação com as crianças e adolescentes que agora passam a compor o novo Conselho (Conselhinho). A proposta do Instituto Alana é valorizar a diversidade, o protagonismo infantojuvenil e o direito de meninas e meninos a serem ouvidos na construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e respeitosa.

Katilla é neta de Dona Rosário e vem participando ativamente das ações do MIQCB voltadas para a juventude, a exemplo do projeto Sistema de Vínculos Solidários (SVS). Durante a imersão, ela se uniu a outras crianças e adolescentes de diferentes regiões do país para debater temas como participação, equidade, inclusão e direitos da criança, além de vivenciar atividades de integração com a natureza e construção coletiva.

“Foi muito bom o encontro. Conheci pessoas novas, participei de rodas de conversa e aprendi muito. Fiquei muito feliz por representar minha comunidade e as quebradeiras de coco,” disse Katilla.

Dona Rosário, que acompanhou a neta durante toda a jornada, também teve um espaço de fala durante a programação. Ela apresentou a atuação do MIQCB, falou sobre sua trajetória como quebradeira e destacou o compromisso do movimento com a valorização das mulheres e com a formação da juventude nos territórios tradicionais.

O MIQCB celebra com orgulho a presença de Katilla e Dona Rosário neste espaço. A força da juventude aliada à sabedoria das mais velhas mostra que a luta das quebradeiras de coco babaçu segue firme, com as raízes fincadas nos territórios e os olhos voltados para o futuro.

Quebradeiras de coco babaçu agora são patrimônio imaterial do Pará – e querem ser reconhecidas como parte viva dessa história

Com a nova lei estadual sancionada em abril, quebradeiras de coco babaçu celebram reconhecimento legal, mas cobram visibilidade: “O Estado ainda não nos vê, mas somos guardiãs da floresta”.

Na última semana, uma conquista histórica fortaleceu a luta das mulheres quebradeiras de coco babaçu no estado do Pará. Foi sancionada a Lei nº 10.930/2025, que reconhece os saberes e a identidade cultural dessas comunidades tradicionais como patrimônio imaterial do Estado do Pará, além de instituir o Dia Estadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, a ser comemorado anualmente em 24 de setembro.

A nova legislação é fruto de articulação entre o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) e o deputado estadual Carlos Bordalo, autor da proposta. Aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Helder Barbalho, a lei representa um marco no reconhecimento do papel das quebradeiras na conservação da floresta, na segurança alimentar e na transmissão de saberes ancestrais.

Mesmo com a sanção da lei, quebradeiras da Regional Sudeste do Pará — presentes em municípios como São Domingos do Araguaia, São João do Araguaia, Brejo Grande, Palestina do Pará e Itupiranga — reforçam que o desafio agora é conquistar visibilidade e políticas públicas que assegurem o acesso livre aos babaçuais, apoio à cadeia produtiva do babaçu e valorização do trabalho das mulheres.

“A lei é uma conquista. Mas o Estado precisa saber que nós existimos, que aqui também tem quebradeira de coco lutando pela floresta e pelo babaçu. Esse foi apenas o primeiro passo. Ainda temos muito a conquistar, como a Lei Babaçu Livre, que garante a preservação dos babaçuais e o livre acesso das quebradeiras na coleta do babaçu”, afirma Cledeneuza Oliveira, coordenadora executiva do MIQCB – Regional Pará.

Segundo o deputado Bordalo, os saberes e a identidade cultural das quebradeiras de coco babaçu no Pará estão reconhecidos e protegidos como patrimônio imaterial do nosso estado. “Essa é uma vitória histórica às mulheres que mantêm viva uma tradição ancestral — presente no Maranhão, Piauí, Tocantins e no nosso estado do Pará”, destacou o deputado.

Segundo ele, além do reconhecimento, é preciso garantir proteção efetiva:

“Essas mulheres enfrentam ameaças constantes: empresas compram áreas inteiras de babaçuais e dificultam o acesso ao fruto, colocando em risco seu modo de vida e sua cultura. ”

O reconhecimento como patrimônio imaterial não é apenas um símbolo: é um passo importante para garantir direitos, preservar territórios tradicionais e dar visibilidade a um modo de vida que resiste há gerações. O MIQCB seguirá mobilizado para que esse marco legal seja transformado em ação concreta — com proteção dos babaçuais, combate aos conflitos fundiários e valorização das quebradeiras de coco babaçu em todo o estado.

“Babaçu é Clima” mobiliza quebradeiras de coco no Pará rumo à COP-30

Com o objetivo de fortalecer a presença das mulheres quebradeiras de coco nos debates internacionais sobre meio ambiente e mudanças climáticas, o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) promoveu mais uma etapa do ciclo de formação “Babaçu é Clima: Quebradeiras de Coco Babaçu rumo à COP-30”, desta vez na Regional Pará. O encontro ocorreu nos dias 10 e 11 de abril, em São Domingos do Araguaia (PA), reunindo quebradeiras dos municípios de São Domingos do Araguaia, São João do Araguaia, Brejo Grande do Araguaia, Palestina e Itupiranga.

A formação é parte de um processo preparatório para a COP-30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em Belém (PA), em 2025. O ciclo busca ampliar o entendimento das quebradeiras sobre o cenário climático global e mecanismos como o REDD+, além de construir um documento coletivo que reflita as propostas e demandas das comunidades babaçuais diante dos desafios ambientais atuais.

Durante os dois dias de atividades, temas estratégicos foram debatidos, como o reconhecimento dos modos de vida tradicionais, os impactos do racismo ambiental, a conservação promovida pelas comunidades e a importância de garantir voz e protagonismo às mulheres quebradeiras nos espaços de formulação de políticas públicas. O primeiro dia contou com a participação de representantes da UNIFESSPA, UFPA, REPAM e do próprio MIQCB, em rodas de diálogo sobre mudanças climáticas, justiça ambiental e o funcionamento da COP.

Para Maria Alaídes, coordenadora geral do MIQCB, a ação reafirma a relação direta entre os babaçuais e o equilíbrio climático. “Estamos fazendo uma conferência para afirmar que o babaçu é clima — e é clima pela forma em que trabalhamos com ele. Babaçu é vida, é produção, é floresta”, destacou.

A fala da quebradeira Iracema reforça a ligação entre o uso sustentável do babaçu e a ameaça constante do agronegócio. “Do coco a gente faz azeite, mesocarpo, carvão… tudo isso vem da nossa produção. Mas hoje nossas palmeiras estão ameaçadas por fazendeiros que derrubam e colocam veneno. As palmeiras morrem, e a gente perde o nosso sustento”, relatou.

Já Cledeneuza Maria Oliveira, coordenadora executiva da Regional Pará, apontou para a urgência de participação política nos debates climáticos. “O babaçu tem um papel importante no equilíbrio do nosso clima. Quando derrubam as palmeiras, eles também afetam nossas vidas. Por isso, nós quebradeiras estamos nessa luta para defender os babaçuais. Precisamos entender como funcionam esses mercados de carbono. A COP vai ser no nosso estado e a gente precisa dar o nosso recado: nós existimos e precisamos das nossas palmeiras em pé”, afirmou.

O ciclo de formação “Babaçu é Clima” está sendo realizado nas seis regionais do MIQCB, nos estados do Maranhão, Pará, Tocantins e Piauí. A mobilização visa garantir que, em 2025, as quebradeiras de coco cheguem à COP-30 com voz ativa, propostas concretas e com o reconhecimento do papel fundamental que exercem na proteção dos territórios e no enfrentamento da crise climática.

Na sexta-feira (11), a programação seguirá com trabalhos em grupo voltados à produção de um diagnóstico do Quadro Regional Ambiental e Climático. As participantes irão identificar problemáticas ambientais e seus responsáveis, analisar as consequências desses impactos nos territórios babaçuais, além de mapear as ações de resistência das quebradeiras. O objetivo é evidenciar os resultados já alcançados e os que ainda se esperam, fortalecendo a construção coletiva de propostas para a COP-30.

Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu Dão Início ao Ciclo de Formação “Babaçu é Clima” no Piauí

Teresina, Piauí – O Ciclo de Formação “Babaçu é Clima” – Quebradeiras de Coco Babaçu rumo à COP-30, teve seu início nesta terça-feira (08) com grande entusiasmo e forte mobilização. O evento, realizado na Casa dos Movimentos Sociais, em Teresina, reuniu mulheres quebradeiras de coco babaçu de diversas regiões do Piauí e aliados importantes na luta por justiça climática e fortalecimento dos territórios tradicionais. A programação do primeiro dia foi repleta de reflexões profundas, resistência e troca de saberes.

Entre os presentes, destacaram-se movimentos sociais como o MST, a OAB/PI e o Movimento Quilombola do Piauí, além de representantes da Secretaria de Agricultura Familiar do Estado, como a Secretária Rejane Tavares, e do Deputado Estadual Francisco Limma, ambos reafirmando seu apoio incondicional à luta das Quebradeiras de Coco Babaçu e à promoção da agroecologia no Piauí.

O debate no primeiro dia foi aquecido com a discussão sobre a COP-30, que ocorrerá em Belém do Pará, em novembro desse ano e com a análise do REDD+, mecanismo internacional criado para combater as mudanças climáticas por meio da conservação das florestas. Porém, foi enfatizado que este mecanismo precisa ser monitorado com rigor para garantir que respeite os modos de vida dos povos tradicionais e suas práticas sustentáveis.

Em um dos momentos mais impactantes do evento, Helena Gomes, presidente da CIMQCB (Cooperativa Interestadual das Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu) e da AMTCOB (Associação das Mulheres Trabalhadoras de Coco Babaçu), compartilhou sua experiência sobre os desafios enfrentados pelas mulheres quebradeiras ao lidarem com as dificuldades de centralizar suas identidades e funções. “A mulher sempre pode fazer um projeto do Fundo Bbaçu, mas não conseguimos elaborar muitos projetos por medo de assumir uma liderança, de ser presidente ou diretora da associação local”, relatou Helena, destacando ainda as dificuldades enfrentadas pelas associadas, como a confusão de se identificarem também como pescadoras, quilombolas e indígenas, mas sem saber como conciliar essas diversas funções. “Essas mulheres enfrentam obstáculos como, por exemplo, a recusa em continuar associadas à cooperativa de coco porque o INSS as reconhece como empresárias e, com isso, não podem se aposentar. Isso prejudica sua sobrevivência e a de suas famílias”, completou.

O evento também contou com a presença de Ana Cristiana Silva, bióloga e pesquisadora da UFBA, que alertou sobre o modelo de desenvolvimento que ainda prevalece no Brasil, focado na exploração dos recursos naturais em detrimento de alternativas mais sustentáveis. “Há uma resistência política em abraçar uma matriz ambientalmente sustentável, o que reflete diretamente nas políticas públicas que serão apresentadas na COP-30. Precisamos estar atentos e engajados nesse debate”, destacou Ana Cristiana.

Já Francisco Sousa, dirigente do MST no Piauí, pontuou a necessidade de articular com os diferentes segmentos da sociedade para garantir que as questões ambientais e a justiça climática sejam priorizadas nas discussões nacionais e internacionais. “É essencial que entendamos as diferentes visões sobre o desenvolvimento no Brasil e possamos construir uma pauta sólida para a COP-30”, afirmou Sousa.

No segundo dia de atividades, o evento seguiu com trabalho em grupos, onde foram discutidas questões centrais sobre os desafios ambientais enfrentados pelas comunidades tradicionais e as ações de resistência que estão sendo realizadas pelas Quebradeiras de Coco. Perguntas norteadoras foram levantadas, como: “Quais os principais problemas ambientais enfrentados hoje?”, “Como as mudanças climáticas têm afetado nosso modo de vida?” e “Quais os resultados já alcançados e onde queremos chegar?”

Um Caminho de Esperança e Resistência

Com a voz firme das mulheres quebradeiras de coco, que têm sido as grandes protagonistas na preservação das florestas e no enfrentamento das mudanças climáticas, o evento reafirma a importância de fortalecer as políticas públicas voltadas para os povos tradicionais e garantir a implementação de mecanismos internacionais, como o REDD+, que respeitem seus direitos e modos de vida. A caminhada rumo à COP-30, com uma agenda pautada pela agroecologia, justiça climática e respeito aos saberes ancestrais, ganha força a cada dia.

O que fica claro é que, para as Quebradeiras de Coco Babaçu, o futuro será construído com mais união, força e conhecimento, para garantir um planeta mais sustentável e justo para todos.

Fortalecendo Vozes: A Rede de Defensores e Comunicadoras(es) do MIQCB em Ação!

A Rede de Comunicadoras(es) do MIQCB já começou com tudo! Jovens das seis Regionais se reuniram em São Domingos do Araguaia (PA), em março de 2025, para fortalecer a comunicação como ferramenta de luta e resistência. Com debates, oficinas práticas e muita troca, o encontro reforça a importância do trabalho em rede e da agroecologia e fortalecimento dos territórios tradicionais. Confira aqui o vídeo desse encontro de muito diálogo e participação.

Ciclo de Formação “Babaçu é Clima” mobiliza regionais do MIQCB rumo à COP-30

Com o objetivo de fortalecer a participação das Quebradeiras de Coco Babaçu nos debates sobre mudanças climáticas, o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) está promovendo o ciclo de formação “Babaçu é Clima: Quebradeiras de Coco Babaçu rumo à COP-30”. A iniciativa busca ampliar o entendimento sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), que será realizada em Belém do Pará, em 2025, além de aprofundar a discussão sobre os mecanismos de REDD+ e construir um documento unificado que represente as demandas e propostas das quebradeiras de coco frente aos desafios climáticos atuais.

Durante os encontros, são abordados temas estratégicos como o reconhecimento dos modos de vida tradicionais, a conservação ambiental promovida pelas comunidades babaçuais e a importância de garantir voz e protagonismo às mulheres quebradeiras nos espaços de formulação de políticas públicas.

Confira o cronograma dos encontros regionais:

Piauí: 8 e 9 de abril

Pará: 10 e 11 de abril

Baixada Maranhense: 24 e 25 de abril

Mearim/Cocais: 13 e 14 de maio

Tocantins: 15 e 16 de maio

Imperatriz: 20 e 21 de maio

Ao longo das formações, as participantes compartilham experiências, fortalecem alianças e aprofundam conhecimentos sobre os impactos das mudanças climáticas nos territórios onde vivem e atuam. O processo culminará na construção coletiva de um documento político central, que será a base da contribuição do MIQCB para a COP-30, reafirmando o papel fundamental das comunidades tradicionais na proteção das florestas e no enfrentamento à crise climática.

Ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário chegam a Imperatriz para garantir direitos das quebradeiras de coco

Agenda estratégica com o MIQCB inclui escutas em territórios ameaçados e ações para destinação de florestas públicas no Maranhão.

Entre os dias 7 e 10 de abril, os Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), em parceria com o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), realizam uma agenda estratégica em Imperatriz (MA) voltada à destinação de florestas públicas para povos e comunidades tradicionais, com ênfase no reconhecimento e proteção dos territórios das quebradeiras de coco babaçu.

A programação inclui uma oficina de capacitação da equipe responsável pelas ações de campo, no dia 8, no Hotel OYO New Anápolis, localizado na BR-010, km 05 – Jardim São Luís, Imperatriz. A solenidade de abertura, prevista para as 9h, contará com a presença de representantes dos governos federal e estadual.  Nos dias 9 e 10 de abril, acontecem escutas territoriais nas comunidades Sapucaia (09/04) e Curvelândia (10/04), ambas no município de Vila Nova dos Martírios (MA). As atividades estão programadas para iniciar às 13h30.

A ação é fruto da incidência direta do MIQCB junto aos ministérios e tem como objetivos principais garantir o livre acesso aos babaçuais, assegurar os direitos territoriais das quebradeiras de coco, fortalecer a preservação ambiental e proteger o modo de vida tradicional.

A comunidade de Sapucaia, uma das que receberá a escuta territorial, enfrenta atualmente a ameaça de despejo pela empresa Suzano, o que torna ainda mais urgente o debate sobre a proteção dos territórios tradicionais.

As atividades fazem parte do Programa Territórios da Floresta, instituído pela Portaria MMA/MDA nº 1.309/2025, com apoio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). A política de destinação de florestas públicas é coordenada pela Câmara Técnica de Destinação e Regularização Fundiária de Terras Públicas Federais Rurais (CTD) e representa um avanço importante no combate ao desmatamento e à grilagem de terras públicas federais.

NOTA DE REPÚDIO AO ATO DE VIOLÊNCIA RACISTA E HOMOFÓBICA COMETIDO CONTRA TRÊS JOVENS NO MUNICÍPIO DE MONÇÃO (MA)

O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) vem a público manifestar seu mais profundo repúdio ao ato de violência racista e homofóbica cometido contra três jovens no município de Monção (MA), na última segunda-feira, 31 de março de 2025. As agressões ocorreram no Ginásio Municipal da cidade, durante um ensaio do grupo de dança do qual os jovens fazem parte, e foram praticadas por um grupo de homens que, além de insultos de cunho discriminatório, partiram para a violência física de forma brutal e covarde.

É inaceitável que em pleno século XXI, jovens — alguns pertencentes a comunidades tradicionais quilombolas e quebradeiras de coco — ainda sejam alvo de ódio racial, homofobia e violência institucional, sendo agredidos por ocuparem um espaço público destinado à cultura, ao lazer e à livre expressão de suas identidades. Reforçamos que manifestações artísticas e culturais são formas legítimas de resistência, identidade e pertencimento, e devem ser protegidas e incentivadas, especialmente entre a juventude negra e periférica.

Denunciamos, ainda, a negligência das instituições locais de saúde e segurança pública, que falharam em acolher adequadamente os jovens após o ocorrido. A omissão no atendimento médico e o constrangimento vivido na delegacia, onde os agressores foram priorizados, agravam ainda mais a violação de direitos que estas vítimas vêm enfrentando.

O MIQCB reafirma seu compromisso com a luta contra o racismo, a LGBTfobia, a violência institucional e toda forma de opressão que atinge nossos jovens, nossos territórios e nossas comunidades. Exigimos das autoridades competentes a imediata responsabilização dos agressores, bem como medidas de proteção e reparação às vítimas.

São Luís (MA), 2 de abril de 2025.

Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB

Projeto que visa o fortalecimento da gestão da produção extrativista do coco babaçu é lançado no Bico do Papagaio/TO

O MIQCB regional Tocantins esteve presente, por meio de suas lideranças locais, no lançamento do projeto “Conectando Saberes: inclusão digital para jovens e mulheres quebradeiras de coco”, gerido pela Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins (APA-TO), que ocorreu nessa segunda-feira (24). O MIQCB fará uso do aplicativo desenvolvido pelo projeto, pois ele facilitará os processos de produção local e comercialização dos produtos do coco babaçu, contribuindo para o fortalecimento das quebradeiras e suas cadeias produtivas.

A APA-TO e a Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio (ASMUBIP), com apoio do Governo Federal, por meio do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), o projeto “Conectando Saberes: inclusão digital para jovens e mulheres quebradeiras de coco”. A iniciativa tem como principal objetivo otimizar a gestão da produção extrativista do coco babaçu na Região do Bico do Papagaio, promovendo a inclusão digital e ampliando o acesso das trabalhadoras às novas tecnologias.

A APA-TO já possui um histórico de atuação junto às quebradeiras de coco babaçu do MIQCB e é co-implementadora do Projeto Baqueli, executado pelo MIQCB. Essa parceria reforça o compromisso com o fortalecimento da produção extrativista e da comercialização dos produtos do babaçu, promovendo maior autonomia econômica e organização social para as mulheres que vivem desse trabalho.

Um dos pilares do projeto é o desenvolvimento de um aplicativo inovador, que possibilitará um controle mais eficiente dos produtos e subprodutos do babaçu, desde o extrativismo até a comercialização. A ferramenta será utilizada pelas mulheres quebradeiras de coco organizadas em grupos produtivos e pela central de beneficiamento da ASMUBIP, permitindo monitoramento em tempo real, melhor organização das vendas e maior transparência nos processos produtivos.

Segundo Maria do Socorro Teixeira, coordenadora da ASMUBIP, a ferramenta será um grande avanço para as trabalhadoras, possibilitando um registro mais preciso da produção:
“Esse aplicativo vai nos ajudar muito a entender o que a gente não entendia. Eu peguei uma lata de coco por mês, mas eu não sei identificar em algum lugar. Eu tiro 30 litros de azeite por mês, mas também não sei registrar, assim como o carvão, o sabão, o mesocarpo. Então, se a gente tem um meio de divulgar nossa produção, que seja bem-vindo! Com essa fé e essa esperança, vamos seguir em frente.”

Além da criação do aplicativo, o projeto prevê ações de capacitação e suporte técnico contínuo para garantir que as quebradeiras de coco possam utilizá-lo de forma eficiente. Serão realizadas oficinas práticas e assessoria especializada, visando fortalecer a autonomia digital das participantes e ampliar o impacto da tecnologia na organização da produção.

Para Ivan Oliveira, representante do Serpro/Governo Federal, o projeto não apenas inova, mas também fortalece a governança e a organização social das quebradeiras de coco:

“Esse projeto tem como um dos principais objetivos desenvolver um aplicativo voltado à governança, que busca conectar a cadeia de produção com a comercialização e oferecer informações para quem realmente está envolvido. Ele não só inova, mas também humaniza a forma como enfrentamos os desafios sociais. O aplicativo não é apenas uma ferramenta, é uma ponte entre quem precisa e quem pode ajudar.”

Estrutura do Aplicativo

A ferramenta, que ainda está em fase de desenvolvimento, permitirá o registro e monitoramento da produção em tempo real, otimizando a comunicação entre as quebradeiras de coco e facilitando a gestão dos produtos. Com a digitalização dessas informações, será possível acessar rapidamente indicadores de produção e comercialização, tornando os processos mais eficientes e fortalecendo a organização em rede.

A previsão é que o aplicativo esteja disponível para as associadas da ASMUBIP a partir de agosto de 2025, proporcionando mais autonomia e fortalecendo a economia solidária na região.

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