MIQCB presente nas discussões da 15ª Teia de Povos e Comunidades Tradicionais

Entre os dias 25 a 30 de agosto, a Teia dos Povos e Comunidades do Maranhão realizou o seu 15º Encontrão, na Comunidade Alegria, em Timbiras-MA. O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu-MIQCB das Regionais Imperatriz, Mearim/Cocais e Baixada Maranhense, integra a Teia e participou da ação. O 15º Encontrão discutiu a temática: ““Na retomada da luta, a vida floresce e o Bem Viver acontece do jeito que a gente quer”.

O primeiro dia do Encontrão foi repleto de força e esperança, pautado na potência das águas, que correm pelas matas e nos dá de beber. A jornada começou cedo com uma caminhada ao Olho d’água Velho, nascente sagrada da Comunidade Alegria. No local, povos de terreiro e povos indígenas saudaram as águas com maracás, tambores e cantorias. Em celebração aos guias, aos encantados e aos caboclos, as comunidades se reuniram para pedir por respeito e paz em seus territórios.

Foram quatro dias de formação política, conversas e trocas de experiências entre povos, comunidades, pastorais, organizações civis e grupos de estudo de todo o Maranhão. O Miqcb participou de todo o processo do Encontrão, incluindo articulações e coordenações em alguns dias da programação. Durante os dias da formação foram discutidos os impactos dos projetos desenvolvimentistas, obstáculos na luta pelo bem viver, marco temporal, o processo eleitoral, soberania alimentar e diversidade de gênero nos territórios.

“A Teia é um momento muito importante discussão sobre nossa existência e resistência na luta pelos nossos direitos. Cada Teia é uma oportunidade de aprendizado, de fortalecimento das lutas e valorização dos nossos territórios, declarou Rosa Gregória, quebradeira de coco babaçu e articuladora da Teia.

O 15º Encontrão se encerrou na quinta, 29, clamando força e esperança aos ventos, elemento escolhido para o último dia de atividades. A quinta começou com uma mística conduzida por pescadores e quebradeiras de coco, cantando, tocando tambor e trazendo espiritualidade ao local. Ocorreu ainda a troca de sementes, um momento em que as comunidades compartilham sementes orgânicas, sementes de vida que florescem em roças e vazantes, promovendo a diversidade produtiva nos territórios.

Houve também uma exibição dos desenhos das crianças, que retrataram suas vivências nos territórios, incluindo recados pela preservação do meio ambiente, agroecologia, soberania alimentar e a relação dos povos indígenas com os animais selvagens.

A coordenadora de base do Miqcb, Áurea Maria destacou a importância do Encontrão para o fortalecimento das lutas em defesa da proteção do meio ambiente, do acesso livre aos babaçuais e ao território. “Aqui é um espaço onde buscamos fortalecer nossa luta nos territórios, nossa autonomia e nosso bem viver. A gente se une na Teia para trocar experiências e buscar, de forma coletiva, meios para continuar defendendo nosso bem comum que são as matas, as águas e o meio ambiente como um todo”, pontuou.

Ao fim da formação, a decisão coletiva apontou que o 16° Encontrão da Teia acontecerá no território indígena do povo Akroá Gamella, no território Taquaritiua, aldeia Cajueiro Piraí, em Viana (MA).

Pelo Miqcb participaram das atividades as coordenadoras de base do MIQCB Regional Imperatriz, Luseny Santos e Edileuza Oliveira, da Regional Baixada, Girlane Belfort, Maria Natividade e Maria Raimunda (Chica) e da Regional Mearim Cocais participou a coordenadora Áurea Maria. Participaram também a juventude do Movimento e as Assessoras, Nataliene Borges, Edsonete Moura, Rebeca Costa.

A Teia dos Povos – é uma articulação de comunidades, territórios, povos e organizações políticas, rurais e urbanas. Extrativistas, ribeirinhos, povos originários, quilombolas, periféricos, sem-terra, sem teto e pequenos agricultores se juntam, enquanto núcleos de base e elos, nessa composição com o objetivo de formular os caminhos da emancipação coletiva. Ou seja, construir solidariamente uma Aliança Preta, Indígena e Popular.

12ª edição do boletim destaca atuação do Fundo Babaçu e do Centro de Formação

Confira o boletim das ações do projeto Floresta de Babaçu em Pé.

Grupo de Mulheres da Comunidade Santana realiza o 10° Festival do Babaçu

Animação, descontração e resistência marcou o 10° Festival do Babaçu do grupo de mulheres da Comunidade quilombola Santana do Adroaldo, em São Luís Gonzaga -MA. O evento foi realizado no sábado, 24/08 e contou com a presença dos moradores da comunidade e dos municípios próximos.

O grupo de Mulheres de Santana é composto por 13 mulheres que produzem licores de jenipapo, abacaxi, tamarino e acerola. Os produtos são produzidos na Unidade de Produção de Licores da comunidade.

O evento iniciou ao meio dia com a comercialização de alimentos feitos com ingredientes do coco babaçu e várias brincadeiras e competições. O momento mais esperado foi a disputa da quebra do coco. Este ano a premiação chegou a mais de mil reais.

A quebradeira de coco e sócia fundadora do grupo de mulheres, Maria Helena, conta que o Festival surgiu devido a problemas financeiros que o grupo estava passando. “A gente estava no vermelho quando decidimos fazer o festival do babaçu. Desde a primeira edição nosso festival foi um sucesso. Com o recurso adquirido nós já compramos freezer, matéria prima e equipamentos, além de usarmos uma parte do recurso para momentos de lazer”, contou.

“Costumo dizer somos um grupo de resistência, pois a gente não desiste na primeira dificuldade. A gente iniciou fazendo compota de manga e geleias. Não deu certo. Hoje produzimos licor de jenipapo, abacaxi, tamarino e acerola e até hoje tem dado muito certo”, concluiu Maria Helena.

A coordenadora executiva do Miqcb Regional Mearim/Cocais, Maria de Jesus Macedo destacou a importância do Festival para a comunidade e para as quebradeiras de coco. “Esse evento é um símbolo de resistência. É um espaço onde mostramos a força das mulheres e a importância do babaçu para nossa comunidade. A gente mostra como a palmeira do babaçu oferece benefícios para o meio ambiente e sustento para nossas famílias”, pontuou.

Estão abertas vagas remanescentes para quebradeiras de coco babaçu e agroextrativistas cursarem nível superior

A Universidade Estadual do Maranhão-UEMA divulgou o novo edital para vagas remanescentes do seletivo para Licenciatura em educação do campo com habilitação em ciências humanas para quebradeiras e agroextrativistas. São 6 vagas disponíveis, sendo 3 para professores da rede de ensino. As inscrições vão até dia 30 de agosto de forma presencial no Prédio de história da UEMA no Centro histórico. A avaliação será por análise documental, não haverá prova.

A Licenciatura terá duração de 4 anos e as aulas serão na modalidade de formação por alternância, em São Luís.

Essa conquista é fruto de articulação do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu-MIQCB junto a Universidade Estadual do Maranhão.

Esta é a primeira vez que a UEMA, por meio do Programa de Formação Docente para atender a Diversidade Étnica do Maranhão (PROETNOS), beneficia diretamente quebradeiras de coco babaçu. Nos anos anteriores, o Proetnos contemplava apenas quilombolas e indígenas.

O PROETNOS é o Programa de Formação Docente para atender a Diversidade Étnica do Maranhão (PROETNOS) da UEMA, que foi criado para formar e qualificar professores para assumir os processos de escolarização nos territórios dos povos e comunidades tradicionais no Estado do Maranhão garantindo assim a autonomia desses territórios, uma vez que os professores a serem formados devem ser exclusivamente oriundos das suas comunidades e povos.

EDITAL:

ATENÇÃO! Fundo Babaçu prorroga prazo para recebimento de projetos no Estado do Piauí

Por favor sempre usar os créditos da fotógrafa: Kristin Bethge

O Fundo Babaçu comunica a prorrogação do 9º Edital que visa apoiar projetos protagonizados por mulheres e/ou jovens de grupos ou organizações comunitárias, atuantes em comunidades agroextrativistas de quebradeiras de coco babaçu, no estado do Piauí. O prazo para recebimento dos projetos até dia 02/09/2024.

O 9ª Edital é uma parceria com a Fundação Ford e conta com valor total de R$ 270.000,00 (duzentos e setenta mil reais).

Os projetos devem ser enviados para o seguinte e-mail: editalfundobabacu@miqcb.org.br;

Informações no site:  www.miqcb.org

Confira edital e documentações:

Participação popular marcou o I Seminário Regional de Regularização Fundiária para Povos e Comunidades Tradicionais, no Maranhão

O I Seminário Regional de Regularização Fundiária para Povos e Comunidades Tradicionais, etapa nordeste reuniu cerca de 300 participantes de diversas organizações e movimentos sociais dos estados do Nordeste (Maranhão, Piauí, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Ceará, Paraíba e Sergipe) e representantes de estados de outras regiões: Tocantins, Pará, Mato Grosso e Minas Gerais, além do Distrito Federal. Só quebradeiras de coco babaçu participaram 50 mulheres. O evento foi realizado entre os dias 12 a 15 de agosto de 2024, na Universidade Federal do Maranhão-UFMA.

Promovido pelo Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Ministério de Desenvolvimento Agrário Agricultura Familiar (MDA), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT) e Rede PCT’s do Brasil, o seminário teve o objetivo de reunir subsídios para avançar nos processos de regulamentação do reconhecimento e regularização fundiária dos territórios tradicionais. Um momento de construir e alinhar uma pauta para diálogo com os poderes públicos no tema da regularização fundiária e demarcação territorial.

As seis Regionais do Miqcb – Pará, Tocantins, Piauí, Imperatriz, Mearim/Cocais e Baixada, as três ultimas são localizadas no Maranhão – participaram do evento.

Para Maria Alaídes, coordenadora interestadual do MIQCB, o evento marcou e consolidou o conjunto de discussões que ocorreram no ano passado e que hoje pode ser realizado. “Ficamos felizes em ver o quanto das nossas discussões com o poder público trouxe bons frutos, como esse Seminário. Encontramos diversas bandeiras que só agregaram no que trouxemos como demandas de nossos territórios, saímos felizes e com expectativa de ampliar casa vez mais o debate sobre a regularização fundiária de territórios tradicionais”, disse.

Já para o presidente do Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, Samuel Caetano, “o Seminário é um evento de retomada das pautas fundiárias para povos e comunidades tradicionais. É um momento formativo e de unificação de lutas dos movimentos sociais, que nesta oportunidade apontam rumos importantes para essa temática no diálogo com os governos Estaduais e Federal. Entendemos que vivemos um cenário de desafio, mas que vai requerer um processo de unificação, um processo de formação das lideranças para conseguir garantir essa pauta, que é tão importante e vital para os povos e comunidades tradicionais que necessita da regularização, da titulação e da demarcação de seus territórios”, enfatizou.

Os territórios tradicionais são reconhecidos pelo decreto 6.040/2007 como os espaços necessários à reprodução cultural, social e econômica dos 28 segmentos de povos e comunidades tradicionais (PCTs) brasileiros. Cada grupo tem uma relação particular com o ambiente, os recursos naturais e as dinâmicas climáticas, espaciais e sociais que compõem o seu território.

Secretário de Territórios e Sistemas Produtivos Quilombolas e Povos e Comunidades Tradicionais do MDA, Edmilton Cerqueira, disse que o Seminário é o primeiro de cinco seminários que serão realizados no país e destacou a importância da regularização fundiária para o combate à violência no campo. “Sabemos que a regularização fundiária traz tranquilidade, paz, conforto para famílias que vivem nos territórios. Então, essa segurança jurídica que todas as comunidades buscam são os mecanismos e instrumentos necessários para que isso aconteça estamos dialogando nesse amplo debate nacional”, declarou.

O diretor de Ordenamento Ambiental Territorial do MMA, Marcelo Trevisan, apresentou iniciativas de ordenamento territorial e fundiário em curso no MMA, retomadas em 2023 após paralisação no governo anterior: “Passamos por um período muito duro de desmonte das agendas ambientais e fundiárias. Esse processo de reconstrução ainda não terminou. O governo anterior fez questão de derrubar todos os espaços de diálogo”, afirmou. “Precisamos sair daqui com propostas concretas e inovadoras para mudar esse cenário.”

As quebradeiras de coco do Oeste da Bahia, Nerilma de Araújo e Denísia Rodrigues, estreitaram os laços com o MIQCB e esperam uma visita do Movimento para possíveis articulações.

“Nossa luta é pelo reconhecimento e proteção dos babaçuais e pelo babaçu livre que a gente não tem. Estamos muito contentes em poder conhecer um Movimento tão forte quanto o Miqcb. Um Movimento que organiza as mulheres quebradeiras de coco em busca por direitos e na organização produtiva. Conhecer a diversidade de produtos que podem ser feitos a partir do coco babaçu nos deixa animados e com mais coragem para lutar”, declarou, Nerilma de Araújo.

DESDOBRAMENTOS DO SEMINÁRIO REGIONAL

A assessora jurídica do MIQCB, Renata Cordeiro, enfatizou a repercussão desse Seminário para a construção da Política Nacional de Desenvolvimento de Regularização Fundiária. “Esperamos que o estado tenha entendido o recado e a demanda dos movimentos sociais, de que território é diferente de terra, é o espaço de resistência e de pertencimento. Por isso, a regularização fundiária, além de trazer segurança jurídica, contribui para a preservação do modo de vida de povos e comunidades tradicionais”, destacou.  

Durante o evento houveram encaminhamentos de processos de quilombos do Maranhão com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Incra Nacional e Superintendência Regional do Incra; realização de Grupo de trabalho com Ministério do Meio Ambiente para destinação de florestas e terras públicas para quebradeiras de coco no MA, PA e TO; Articulação com ICMBio Maranhão para retomada de ações sobre as reservas extrativistas de interesse das quebradeiras de coco babaçu e outros resultados.

A Cooperativa Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu-CIMQCB participou tanto dos debates, quanto de espaço de comercialização, já o Fundo Babaçu participou de debates sobre fontes de financiamento para regularização fundiária.

O Centro de Formação das Quebradeiras esteve presente com alunas, alunos e equipe durante o evento, onde na ocasião apresentou as quebradeiras de coco que passaram no vestibular da UEMA .

Participaram do Seminário os parceiros e apoiadores do MIQCB, como The Tenure Facility e BNDES que, juntos com outros parceiros, fortalecem o MIQCB como ator político influente e com capacidade de ação política e técnica.

O seminário foi transmitido pelo canal do MIQCB no Youtube

Intercâmbio em aldeia indígena marca a conclusão do curso da primeira turma de juventude do Centro de Formação das Quebradeiras de Coco

Entre os dias 08 a 15 de julho, dezenove jovens do Centro de Formação, que são filhas e filhos de quebradeiras de coco babaçu, dos Estados do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins, concluíram o terceiro e último módulo do Curso de Extensão Quebrando Saberes, Elaborando Projetos e Protegendo as Florestas de Babaçu. As atividades aconteceram em São Luís-MA e o Intercâmbio, tão esperado pelos jovens, aconteceu numa aldeia indígena do Povo Guajajara, em Bom Jardim-MA.

O 3º módulo do curso tratou sobre alimentação saudável, direitos de povos tradicionais e camponeses, educação contextualizada, agroecologia e elaboração e monitoramento de projetos socioambientais.

O engenheiro agrônomo Fábio Pacheco, da Associação Agroecológica Tijupa, que integra a RAMA- Rede de Agroecologia do Maranhão, dialogou com os jovens sobre produção agroecológica. “Estou muito feliz de poder contribuir com a formação da juventude do MIQCB com essa temática tão importante: agroecologia. Durante as trocas e a participação da juventude observamos que a temática da agroecologia é uma prática que já faz parte da realidade dos territórios, e os jovens tem muito a ofertar nessa construção do conhecimento de agroecologia. Foi uma interação muito boa”, declarou.

Para contribuir com os conteúdos do terceiro módulo, o Centro de Formação contou com a parceria de professores voluntários: Profa. Josilene Mendes, Graziela Dantas, Prof. Sávio Rodrigues, a quebradeira de coco, Rosenilde Gregória, assessora do Miqcb, Sandra Regina Monteiro, Prof. Fábio Pacheco.

Acesso à arte também fez parte do conteúdo formativo. À noite os alunos participaram de uma contagiante atração cultural proporcionada pela Profa. Dayana Gomes e os atores Rafael Lobato e Darlysson Chagas do Teatrar Ufma. Foi uma noite dedicada à experimentação prática teatral do os jovens do Centro de Formação.

INTERCÂMBIO – O intercâmbio aconteceu na Aldeia Piçarra Preta, Território Rio Pindaré da Etnia Guajajara, localizado no município de Bom Jardim- Ma. A programação foi desenvolvida com o grupo de jovens e lideranças locais, contexto em que houve Roda de conversa sobre a história, cultura e processos de luta do Território, visita na área de reflorestamento da Aldeia, divulgação do Projeto intitulado “Comunicação para o fortalecimento da cultura e bem viver Tentehar no Território Rio Pindaré” e o a oficina de fotografia com o Coletivo de Comunicadores Indígenas Mídia Guajajara. Na ocasião o fotógrafo Genilson Guajajara apresentou seu trabalho direcionado para divulgação da cultura indígena.

Está recebendo jovens de regiões diferente na aldeia Piçarra foi uma ótima experiência, fazendo uma tronca de experiência entre o povo Guajajara e filhos de quebradeiras de coco babaçu dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Pará.

“Ao contribuir com a formação destes jovens, me vi no lugar deles. Meu trabalho de fotografia veio também de uma formação de dentro para dentro, fazer um trabalho da qual meu povo se identifica com a narrativa onde eles se sintam apresentados. A oficina foi a forma de trazer algumas estratégias de luta e também contar a história bonita do lugar onde é de pertencimento de cada um deles”, declarou, Genilson Guajajara.

A coordenadora de projetos do Miqcb, Anny Linhares, acompanhou as atividades com a juventude e destacou a importância do intercâmbio no processo de formação dos estudardes.

“Agradecemos imensamente a Aldeia Piçarra Preta em nome do Cacique Pedro e da jovem liderança Djelma pela oportunidade de acolher a turma de jovens no intercâmbio. Conhecer a experiência dos jovens da Aldeia no desenvolvimento de importantes projetos locais enriqueceu muito o processo de formação alicerçado na educação contextualizada”, concluiu.

Agradecemos imensamente a Aldeia Piçarra Preta em nome do Cacique Pedro e da jovem liderança Djelma pela oportunidade de acolher a turma de jovens no intercâmbio. Conhecer a experiência dos jovens da Aldeia no desenvolvimento de importantes projetos locais enriqueceu muito o processo de formação alicerçado na educação contextualizada.

A programação finalizou com a formatura simbólica da 1º turma de jovens do Centro de Formação. As coordenadoras de base Maria de Fátima Silva, da Regional Pará, Maria Natividade, Regional Baixada e Maria Silvânia, da Regional Tocantins realizaram a   entrega dos certificados do curso de extensão emitidos em parceria com o Instituto Federal do Maranhão- Campus Centro Histórico.

“É muito importante esse processo de formação para a juventude dos nossos territórios. Eles darão continuidade na nossa luta em defesa dos territórios e do modo de vida tradicional. Estou muito feliz de poder fazer parte deste importante momento”, frisou Maria de Fátima, coordenadora Miqcb Regional Pará.

Quebradeiras de Coco Babaçu são aprovadas no vestibular da UEMA

Durante o I Seminário Regional de Regularização Fundiária de Territórios Tradicionais-Nordeste, que acontece entre os dias 12 a 15 de agosto, na UFMA, o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu-MIQCB apresentou as quebradeiras que foram aprovadas no vestibular da Universidade Estadual do Maranhão-UEMA. As mulheres irão cursar Licenciatura do Campo com Habilitação em Ciências Humanas para quebradeiras e agroextrativistas. A Licenciatura terá duração de 4 anos e as aulas serão na modalidade de formação por alternância, em São Luís. 

 A conquista é fruto de articulação do Miqcb, por meio do Centro de Formação das Quebradeiras de Coco Babaçu junto ao Programa de Formação Docente para atender a Diversidade Étnica do Maranhão (Proetnos/Uema).

Foram selecionadas quatro quebradeiras da Regional Baixada: Girlane Belford (Matinha), Maria Natividade Santos (Cajari), Maria Raimunda Costa (Pedro do Rosário) e Rosenilde Gregória (Viana). A quebradeira de coco e artesã, Rosalva Gomes, da Regional Imperatriz também foi selecionada.

Maria Natividade, de 65 anos, fala do sentimento de poder entrar na faculdade. “Meu sentimento é de felicidade, de esperança. Espero que eu possa incentivar as pessoas, principalmente, as mulheres para lutar pelos seus sonhos. Nunca é tarde para buscar conhecimentos”, frisou.

Esta é a primeira vez que a Uema, por meio do Programa de Formação Docente para atender a Diversidade Étnica do Maranhão (PROETNOS), beneficia diretamente quebradeiras de coco babaçu. Nos anos anteriores, o Proetnos contemplava apenas quilombolas e indígenas.  

“Vai ser uma experiência muito boa porque pra gente aprender não tem idade. Eu não tive oportunidade para fazer uma faculdade na juventude, mas agora irei realizar um grande sonho. Vai ter quebradeira de coco na universidade sim!”, declarou Rosa Gregória.

MIQCB participa do I Encontro da Amazônia Legal de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, em Belém-PA

O Evento reuniu mostra de experiências e discussões em grupos de trabalho que constituirão uma carta política do evento a ser debatida na Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP 30, que será realizada em Belém (PA), em 2025.

A coordenadora geral do Miqcb, Maria Alaídes, participou nos dias 24 e 25 de junho, em Belém (PA), do I Encontro da Amazônia Legal de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. Participaram do Encontro pesquisadoras e pesquisadores de instituições públicas e diferentes setores da sociedade civil interessados em debater a pesquisa cidadã como resposta à insegurança alimentar e promoção da segurança alimentar e nutricional na região da Amazônia Legal.

O evento, promovido pela Rede PENSSAN, em parceria com a Universidade Federal do Pará, contou com a participação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

Todas as reflexões serão compiladas em um conjunto de propostas apresentadas na Carta Belém que reunirá temas e, principalmente, a necessidade de financiamento público de uma agenda de pesquisa voltada à Amazônia Legal a ser apresentada e discutida na Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP 30, que será realizada na capital paraense em novembro de 2025.

Para além desse espaço, a coordenação do evento reforçou que a Carta Belém será enviada às instituições de fomento à pesquisa federais e da região da Amazônia Legal e para o Consea como forma de impulsionar editais de financiamento específicos para a região e o monitoramento de ações afirmativas na pesquisa brasileira.

Maria Alaídes Alves de Souza é conselheira do Consea e a coordenadora geral do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) e representou o Conselho nas mesas de diálogo. Para ela, encontros como esse são imprescindíveis para que as políticas públicas sejam resultantes das demandas de uma sociedade participativa.

“Fiquei satisfeita e honrada em representar os mais de 30 povos e comunidades tradicionais da região por meio do movimento do qual sou representante no Consea. É muito importante falarmos da nossa história quando se trata de segurança alimentar e nutricional, tendo como base os nossos territórios da sociobiodiversidade, das mulheres em incidência, dos homens que lutam pelas florestas, para que nos entendam. E também ouvir como esses pesquisadores podem colaborar e como podemos andar juntos, de mãos dadas, rumo à COP 30”, enfatizou.

Segundo ela, mulheres extrativistas, povos e comunidades tradicionais possuem seus direitos ainda minimizados e precisam ser visibilizados. “Nós precisamos de inclusão social. Como a gente vai fazer a incidência no G20 para garantirmos financiamentos a essas pesquisas? Nós precisamos visibilizar o nosso modo de viver, pois precisamos avançar em busca dos nossos direitos”, completou.

INSCRIÇÕES ABERTAS! Miqcb lança editais do Fundo Babaçu para beneficiar projetos socioambientais

O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu- Miqcb lança editais do Fundo Babaçu na ordem de R$ 1 milhão para apoiar, com recursos do Fundo Amazônia, projetos coletivos propostos por organizações não governamentais e de base comunitária. As inscrições estarão abertas até 23 de agosto de 2024.

Os temas a serem abordados esse ano pelos Editais, são: Conservação e uso sustentável da biodiversidade nos babaçuais; Acesso e gestão de territórios tradicionais de quebradeiras de coco babaçu; Fortalecimento das cadeias produtivas agroextrativistas de base agroecológica.

O 8º Edital é uma parceria do Fundo Amazônia, por meio do Banco de Desenvolvimento Nacional (BNDES), e conta com recurso de R$ 779.000,00 (Setecentos e setenta e nove mil reais) para os estados do Maranhão, Pará e Tocantins.

Já o 9ª Edital é uma parceria com a Fundação Ford e conta com valor total de R$ 270.000,00 (duzentos e setenta mil reais) para o Estado do Piauí.
Confira aqui os Editais:

8º Edital – FUNDO AMAZÔNIA – Pará, Tocantins e Maranhão:

9º Edital – FUNDAÇÃO FORD – PIAUÍ

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