O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu-MIQCB retoma as atividades do Projeto Floresta Babaçu em Pé. O Projeto é financiado pelo Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e tem como objetivo principal apoiar o Fundo Babaçu para seleção e apoio de projetos socioambientais derivados de organizações agroextrativistas nos estados do Maranhão, Tocantins e Pará.
As ações do Floresta de Babaçu em Pé serão direcionadas para comunidades tradicionais de mulheres quebradeiras de coco babaçu, que historicamente têm na coleta e quebra do babaçu sua fonte de renda e que, desse modo, dependem da Floresta em Pé para preservar modos próprios de criar, de fazer e de viver.
O Fundo Amazônia foi criado em 2008 pelo Decreto 6.527 com o objetivo de financiar ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia. O Fundo foi paralisado na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e retomado em 2023 na posse do presidente Lula.
“Enquanto o Fundo Amazônia estava parado, as taxas de desmatamento aumentaram em todos os biomas, principalmente no bioma amazônico. Com isso, nossas florestas de babaçu também foram afetadas com desmatamentos, queimadas, morte por veneno e outros crimes ambientais. Com a retomada do projeto Floresta de Babaçu em Pé, que visa essa preservação das nossas florestas e do nosso modo de vida tradicional é uma conquista grandiosa”, destacou Maria Alaídes, coordenadora geral do Miqcb.
Com a execução do Projeto Floresta o Fundo Babaçu, que é gerido pelo Miqcb, está sendo fortalecido através de recursos financeiros do Projeto Floresta. Serão lançados dois editais para chamamento público visando atender 30 projetos socioambientais nas categorias pindova (R$50.000,00), capota (R$ 100.000,00) e curinga (R$ 150.000,00). Pelo Fundo Babaçu serão apoiados projetos nas seguintes temáticas: conservação e uso sustentável da biodiversidade nos babaçuais; acesso e gestão de territórios tradicionais de quebradeiras de coco babaçu e; fortalecimento das cadeias produtivas agroextrativistas de base agroecológica.
Além de apoio financeiro a projetos socioambientais, também está sendo concretizado o sonho das quebradeiras: construção do Centro de Formação das Quebradeiras de Coco Babaçu – CFQCB. O Centro é um componente do Projeto Floresta, que tem como objetivo formar lideranças, mulheres quebradeiras de coco babaçu e juventudes rurais, para fortalecer processos de desenvolvimento sustentável das comunidades e territórios tradicionais de atuação do MIQCB.
O curso tem carga horária total de 300 horas/aula de formação, compreendendo três dimensões do processo formativo da pedagogia da alternância: tempo escolar, tempo comunidade e intercâmbios. As aulas estão previstas para iniciar entre os meses de abril e maio junto com o lançamento oficial do Centro de Formação das Quebradeiras de Coco Babaçu que será sediado na Casa da Palmeira Dadá e Dijé no Centro histórico de São Luís do Maranhão.
A coordenadora executiva do Conselho do Centro de Formação, Maria Antônia destaca que o Centro de Formação é um sonho das quebradeiras de coco babaçu dos quatro estados de atuação do MIQCB. “Finalmente teremos um espaço de formação para nossas companheiras quebradeiras de coco e nossa juventude dos territórios. Estamos com muita esperança no nosso Centro”, declarou, a quebradeira de coco e coordenadora executiva do Miqcb, Maria Antônia.
Ao longo do mês de março a coordenadora pedagógica, Ana Maria Ferreira a coordenadora de projetos, Anny Linhares buscaram apoio de diversas instituições para o desenvolvimento das atividades. Foram realizaram reuniões com instituições de referência de ensino para o estabelecimento de parcerias, dentre as quais: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Instituto Federal do Maranhão (IFMA), Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA).
Houve ainda diálogo com equipe do Centro de Referência Estadual de Economia Solidária do Maranhão (CRESOL) para verificar apoio para o desenvolvimento de ações conjuntas relativas ao Centro de Formação.
EQUIPE TÉCNICA: Para conduzir a gestão do projeto foi necessário reforço na equipe técnica do Miqcb. Nesse sentido, em dezembro de 2022 foi aberto processo seletivo e foram contratados os seguintes profissionais: Anny da Silva Linhares, coordenadora do projeto; Rafaela Monteiro Santana, coordenadora financeira; Ana Maria Bezerra, coordenadora pedagógica; Francivânia Gonçalves, auxiliar administrativo; Luciene Dias Figueiredo, secretária executiva do Fundo Babaçu e Maria Carolina Sampaio, auxiliar administrativo do Fundo Babaçu.