Durante o I Seminário Regional de Regularização Fundiária de Territórios Tradicionais-Nordeste, que acontece entre os dias 12 a 15 de agosto, na UFMA, o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu-MIQCB apresentou as quebradeiras que foram aprovadas no vestibular da Universidade Estadual do Maranhão-UEMA. As mulheres irão cursar Licenciatura do Campo com Habilitação em Ciências Humanas para quebradeiras e agroextrativistas. A Licenciatura terá duração de 4 anos e as aulas serão na modalidade de formação por alternância, em São Luís.
A conquista é fruto de articulação do Miqcb, por meio do Centro de Formação das Quebradeiras de Coco Babaçu junto ao Programa de Formação Docente para atender a Diversidade Étnica do Maranhão (Proetnos/Uema).
Foram selecionadas quatro quebradeiras da Regional Baixada: Girlane Belford (Matinha), Maria Natividade Santos (Cajari), Maria Raimunda Costa (Pedro do Rosário) e Rosenilde Gregória (Viana). A quebradeira de coco e artesã, Rosalva Gomes, da Regional Imperatriz também foi selecionada.
Maria Natividade, de 65 anos, fala do sentimento de poder entrar na faculdade. “Meu sentimento é de felicidade, de esperança. Espero que eu possa incentivar as pessoas, principalmente, as mulheres para lutar pelos seus sonhos. Nunca é tarde para buscar conhecimentos”, frisou.
Esta é a primeira vez que a Uema, por meio do Programa de Formação Docente para atender a Diversidade Étnica do Maranhão (PROETNOS), beneficia diretamente quebradeiras de coco babaçu. Nos anos anteriores, o Proetnos contemplava apenas quilombolas e indígenas.
“Vai ser uma experiência muito boa porque pra gente aprender não tem idade. Eu não tive oportunidade para fazer uma faculdade na juventude, mas agora irei realizar um grande sonho. Vai ter quebradeira de coco na universidade sim!”, declarou Rosa Gregória.