21/05/2025 6:22 pm

“Babaçu é Clima”: Quebradeiras de coco babaçu debatem justiça climática rumo à COP30 em Imperatriz

Nos dias 20 e 21 de maio, o MIQCB Regional Imperatriz reuniu dezenas de quebradeiras de coco babaçu para a conferência “Babaçu é Clima”, um importante momento de escuta, formação e articulação sobre justiça climática, territórios e os caminhos rumo à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, que será realizada em novembro de 2025, em Belém (PA).

A programação foi marcada por místicas, cantorias, análise de conjuntura e uma roda de conversa potente sobre racismo ambiental, violações de direitos e o papel fundamental das mulheres na defesa dos seus territórios. As discussões também abordaram temas como financiamento climático, carbono e os impactos diretos dos grandes empreendimentos sobre os modos de vida das comunidades tradicionais.

Para Maria Alaídes Sousa, coordenadora do MIQCB, o encontro representa uma etapa essencial da mobilização dos territórios para a chamada “Pré-COP das Quebradeiras”, prevista para acontecer em julho, em Brasília:

“Estamos aqui realizando a Mini COP em Imperatriz, considerando que todas as atividades que estão sendo feitas nesse momento são escutas para que possamos buscar demandas a partir das nossas realidades sobre o clima. Falamos sobre o desequilíbrio do clima, dos impactos causados pelos grandes empreendimentos, como a Suzano e o plantio de eucalipto, que afetam profundamente a regularização fundiária para povos e comunidades tradicionais, como as quebradeiras de coco babaçu. Queremos sair fortalecidas institucionalmente, com uma melhor compreensão sobre clima, financiamento climático, carbono e levar também essas ideias ao nosso governo”, afirmou.

A conferência também foi um momento simbólico de conexão entre gerações. Maria José, coordenadora executiva do MIQCB Regional Imperatriz, reforçou o papel do evento na valorização da palmeira do babaçu e sua relação com o debate ambiental:

“Quero destacar que, para nós, enquanto quebradeiras de coco, esse momento é muito importante. Estamos aqui com as três fases da palmeira – a Pindova, a Capota e a Coringa. Para nós, é fundamental afirmar na COP que o babaçu é floresta. Já fomos questionadas muitas vezes, disseram que o babaçu não é floresta. Mas ele é sim, faz parte do meio ambiente, está sendo derrubado e por isso precisamos defender o babaçu em pé. Se não tem babaçu, não tem quebradeira.”

A juventude também marcou presença ativa nas discussões. Para Emilly Araújo Silva, de 20 anos, da juventude do MIQCB, participar do evento foi uma oportunidade de aprender e refletir sobre o papel das comunidades tradicionais no enfrentamento à crise climática global:

“A COP30 é a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, e trata do que hoje chamamos de ebulição global. Falamos sobre como agir para mudar: não desmatar, cuidar, preservar a natureza, plantar árvores, reduzir o uso de petróleo e gasolina. O clima está muito quente, e isso vem das queimadas e das ações humanas. Precisamos aumentar a preservação das florestas. Discutimos também o efeito estufa e os gases que são lançados na atmosfera, como o CO2 dos carros. Nós temos responsabilidade nisso também, e podemos ser parte da mudança.”

O encontro encerrou com reflexões sobre o papel estratégico das quebradeiras na agenda climática e na construção de propostas para a COP30. O MIQCB segue mobilizado e com voz firme: o babaçu é clima, vida e resistência.

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