Amarante (MA) – Em um momento de troca, fortalecimento e celebração, a comunidade Água Preta, no município de Amarante (MA), recebeu a oficina “Círculos de Mulheres”, promovida pelo Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), regional Imperatriz. A atividade marcou o Dia Internacional da Mulher com práticas de autocuidado, contação de histórias e reflexões sobre a identidade e os direitos das quebradeiras de coco.
O encontro reuniu mulheres de diferentes gerações para compartilhar experiências e fortalecer a luta por respeito e valorização. Para Maria José, coordenadora executiva da regional Imperatriz e secretária de Juventude do MIQCB, o evento é essencial para reafirmar a importância do papel da mulher na sociedade e dentro do movimento.
“Hoje nós estamos aqui nesse Dia Internacional da Mulher, na comunidade Água Preta, no município de Amarante, para fortalecer a identidade das quebradeiras de coco, para a gente dialogar sobre a importância de ser uma mulher, de que os nossos direitos sejam respeitados, para que a gente consiga, cada dia mais, nos unirmos, respeitar umas às outras, e também nos unirmos diante das situações que têm nos acontecido, diante do quadro em que as mulheres têm sofrido, principalmente aqui na comunidade do Amarante.”
A oficina utilizou metodologias da justiça restaurativa para promover a escuta ativa e o compartilhamento de histórias. Segundo a advogada, Amanda Bona, as dinâmicas foram pensadas para fortalecer a autoestima e identidade das quebradeiras de coco.
“Nessa oficina a gente utiliza algumas ferramentas da justiça restaurativa como objeto da palavra, a construção de valores, diretrizes para a gente fazer discussões e envolver a contação de histórias para fortalecer as experiências do que é ser mulher. Hoje a oficina é voltada para o autocuidado e para o fortalecimento da identidade de quebradeira de coco babaçu. A comunidade está muito animada, a gente foi muito bem recebida aqui e as atividades estão acontecendo de uma forma muito generosa.”
A experiência foi especialmente significativa para mulheres como Expedita Santos, moradora da comunidade há 26 anos e com 82 anos de vida. Para ela, a reunião foi um momento de reflexão sobre as conquistas das mulheres ao longo dos anos.
“Porque ter esperança é uma coisa, mas é ficar parado esperando que aquilo aconteça, não é? E esperançar é saber que nós somos capazes, é acreditar, mas e a luta? Não ficar parado. Então esse dia hoje para mim aqui, e acredito que para todas as companheiras, é muito importante festejar o Dia Internacional da Mulher na nossa comunidade, com o nosso povo, com os nossos movimentos, os amigos e tudo.”
A oficina reforçou o compromisso do MIQCB em promover espaços de diálogo e fortalecimento feminino. Para Maria José, ser mulher é um dom divino, uma capacidade de multiplicidade e resistência.
“A gente consegue fazer mil e uma coisas ao mesmo tempo e também a gente consegue, através desse dom que Deus nos deu de ser mulher, nos ajudar, ajudar as outras pessoas e fazer com que as outras pessoas entendam o quão é importante e que elas se valorizem enquanto mulher.”
O evento foi um convite para que mais mulheres se engajem na luta por seus direitos e reconhecimento. Como enfatizou Maria José, é fundamental que as que não puderam estar presentes também sejam alcançadas e conscientizadas sobre a importância de sua voz e presença na construção de um futuro mais justo.
A celebração do Dia Internacional da Mulher na comunidade Água Preta demonstrou que, mais do que um momento de festa, a data é um símbolo de resistência e união. E, como destacou Expedita Santos, é preciso esperançar e lutar para continuar avançando.
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