15/05/2025 2:47 pm

Organizações comunitárias iniciam execução de projetos com apoio do 8º Edital do Fundo Babaçu

Capacitação promoveu dois dias de trocas, aprendizados e a assinatura dos contratos que dão início às ações em comunidades tradicionais.

Com dinâmicas participativas, orientações técnicas e momentos de celebração coletiva, foi concluída nesta quarta-feira (30) a Oficina de Gestão de Projetos promovida pelo Fundo Babaçu com as organizações contempladas no 8º Edital. A atividade, realizada no Centro de Formação das Quebradeiras de Coco Babaçu, em São Luís (MA), reuniu representantes de grupos comunitários de diferentes territórios para dois dias de formação sobre gestão, monitoramento e prestação de contas de iniciativas voltadas à sustentabilidade e ao fortalecimento das quebradeiras de coco babaçu.

O ponto alto da programação foi a assinatura dos contratos e a entrega simbólica das placas de identificação dos projetos, marcando oficialmente o início das ações apoiadas. Foram aprovadas 11 propostas, totalizando um investimento de R$ 779 mil, oriundos do Fundo Amazônia, para ações como agroindústrias, sistemas agroflorestais, quintais produtivos e infraestrutura comunitária.

Para Cledeneuza Maria Bizerra, coordenadora do MIQCB, a atividade reafirma o papel estratégico da luta coletiva:

“O Fundo Babaçu é uma conquista do Movimento e um instrumento construído por muitas mãos, com a cara das quebradeiras. Ver cada grupo saindo daqui preparado para executar seu projeto é fortalecer a nossa resistência, com sabedoria e responsabilidade. ”

A oficina contou ainda com exposições sobre os princípios do Fundo Babaçu, estudo dos contratos, explanações sobre o relatório narrativo e financeiro, e troca de experiências entre os grupos presentes. A condução foi feita por Nilce Cardoso e pela coordenadora técnica do MIQCB, Luciene Dias Figueiredo, com apoio de outras assessorias da equipe do Movimento.

“Este é um momento de afirmação da autonomia das organizações. Cada contrato assinado representa um compromisso com a transformação dos territórios das quebradeiras, com a preservação dos babaçuais e com o direito a viver com dignidade”, destacou Luciene Dias Figueiredo, coordenadora técnica do MIQCB.

Vozes dos territórios

Os projetos contemplados abrangem realidades diversas, com foco em protagonismo feminino, agroecologia e economia solidária. Abaixo, depoimentos de algumas participantes mostram a potência das ações que estão sendo iniciadas:

Zulmira de Jesus Mendonça, do grupo de agricultores familiares do povoado Baias, Curva das Formigas, em Viana (MA), afirma:

“Essa capacitação está sendo muito importante, porque está nos orientando sobre como implantar o projeto, que vai ajudar na produção de hortaliças e também na estrutura da nossa sede. Vamos trabalhar também com reflorestamento das áreas que temos, preservando as espécies e produzindo alimentos saudáveis para comercializar no PAA e no PNAE. ”

Evânia Araújo, da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Buriti do Tocantins (AMB), contou que conheceu o edital durante sua participação na primeira turma de mulheres do Centro de Formação das Quebradeiras de Coco Babaçu:

“O projeto nasceu na parte prática do curso e vai melhorar a produção das nossas artesãs com a compra de equipamentos. A gente vai ter mais visibilidade e isso vai melhorar nossa renda. ”

Flaviane Cutrim, da comunidade quilombola Camaputiua, em Cajari (MA), compartilhou sua expectativa com a ampliação da fábrica comunitária:

“Hoje a gente só faz farinha de babaçu. Com o projeto, queremos produzir também o azeite. A capacitação foi um momento de aprendizado e troca. Nosso projeto vai beneficiar 50 famílias da comunidade. ”

Os projetos aprovados no 8º Edital se enquadram nas categorias Coringa, Capota e Pindova, voltadas à infraestrutura, produção agroecológica e fortalecimento institucional. A atividade de formação e assinatura dos contratos reafirma o compromisso do Fundo Babaçu com uma gestão democrática e com o avanço de políticas que valorizam os modos de vida tradicionais.

“A construção de uma boa gestão começa no diálogo, na escuta e na orientação coletiva. Esses dois dias mostraram que estamos no caminho certo: fortalecendo quem faz a diferença nos territórios, ” concluiu Nilce Cardoso, Secretária executiva do Fundo Babaçu.

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