Neste sábado (17), a comunidade da Vila Esperança, no Piauí, foi palco de uma celebração marcada por emoção, resistência e cultura popular. O território comemorou três anos de sua titulação como Território Tradicional de Quebradeiras de Coco Babaçu, um marco conquistado graças à força coletiva das mulheres da região, com o apoio do MIQCB e da AMTCOB (Associação de Mulheres Trabalhadoras do Coco Babaçu).
A programação começou com uma missa celebrada pelo Padre Ladislau, figura comprometida com a defesa dos povos e comunidades tradicionais, entre elas as quebradeiras de coco. Em seguida, uma roda de conversa e mesas temáticas abordaram o direito à terra e o livre acesso aos babaçuais, reafirmando o papel estratégico das mulheres na proteção do território e do modo de vida tradicional.
Para Marinalda Rodrigues, coordenadora executiva do MIQCB no Piauí, a data é simbólica, mas também carrega o peso de muitas batalhas ainda em curso.
“A titulação foi uma conquista enorme, fruto da luta de muitas mulheres. Mas sabemos que o título sozinho não resolve tudo. Ainda enfrentamos ameaças, cercamentos e desrespeito ao nosso modo de vida. Por isso, celebrar é também fortalecer a resistência”, disse.
Helena Gomes, presidenta da AMTCOB, destacou a importância de políticas públicas efetivas e da união entre os territórios.
“A força do nosso movimento está na união. Hoje temos aqui quebradeiras de dez territórios diferentes. Isso mostra que nossa luta não é isolada. Somos guardiãs do babaçu, da terra e da vida. Queremos que o Estado nos veja e nos respeite como sujeitas de direito”, afirmou.
Durante todo o dia, a comunidade viveu momentos de celebração com apresentações culturais, futebol masculino e shows com cantores locais, reforçando os vínculos comunitários e o orgulho de pertencer a um território tradicional reconhecido.
Ao final, um grito coletivo ecoou pelas palhas dos babaçuais:
“Território é nosso! Babaçu é vida! Viva Vila Esperança!”
MIQCB
MOVIMENTO INTERESTADUAL DAS QUEBRADEIRAS DE COCO BABAÇU
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