30/05/2025 3:14 pm

MIQCB marca presença na Câmara dos Deputados e fortalece a luta por justiça climática com protagonismo das quebradeiras de coco

Organizações da sociedade civil, movimentos sociais e representantes de povos e comunidades tradicionais destacaram os impactos do racismo ambiental e da transição energética no Brasil durante o Seminário “Racismo Ambiental e Transição Energética Justa”, realizado nesta terça-feira (28/05), no Auditório Freitas Nobre, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

A atividade, promovida pela Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais, reuniu diversas organizações comprometidas com a justiça ambiental e os direitos dos povos e comunidades tradicionais.

O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) foi representado pela quebradeira de coco babaçu e liderança Eunice da Conceição e pela assessora Sandra Regina. Ambas reafirmaram a urgência de políticas públicas que contemplem os territórios e modos de vida das quebradeiras de coco, sempre à margem dos grandes investimentos da transição energética.

Durante sua participação, Eunice da Conceição denunciou os impactos do racismo ambiental sobre as populações tradicionais, destacando que ele se manifesta diariamente nos territórios onde vivem e produzem. “Sofremos racismo todos os dias. As grandes empresas chegam, devastam nossas terras para plantar eucalipto, soja e capim. E eu pergunto: o que será de nós? Nós não comemos eucalipto, nem capim. Vivemos do babaçu, da roça, da agricultura que respeita a natureza”, afirmou. Ela também chamou atenção para a pulverização aérea de agrotóxicos, que contamina rios, plantações e compromete a saúde das comunidades.

Eunice fez um apelo para que a Câmara dos Deputados olhe com mais sensibilidade para a realidade das quebradeiras de coco e dos povos tradicionais. “Queremos que os parlamentares leiam essa carta, que compreendam que somos nós, das organizações da sociedade civil, que estamos cuidando do meio ambiente. Precisamos de apoio, de políticas públicas, de projetos de vida. O financiamento climático deve chegar até nós, que já estamos fazendo a nossa parte na preservação dos nossos territórios e biomas”, concluiu.

Na ocasião, foi lançada a Carta “Sem Racismo Ambiental e com Transição Energética Justa”, organizada pelo Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), com contribuições fundamentais de diversas organizações populares. A contribuição do MIQCB está expressa nos itens II e VII, com destaque para a exigência de garantia de financiamento climático para Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs), por meio dos Fundos Climáticos.

A proposta defendida pelas organizações de base dos PCTs, como o MIQCB, denuncia a exclusão histórica de comunidades tradicionais dos mecanismos de financiamento das políticas climáticas e ambientais. Mesmo sendo guardiãs da sociobiodiversidade e atuando de forma concreta na preservação de biomas como o Cerrado, a Caatinga e a Amazônia, essas populações seguem invisibilizadas nos repasses dos fundos públicos e internacionais voltados ao enfrentamento das mudanças climáticas.

A carta reivindica que os Fundos Climáticos, como o Fundo Amazônia e o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, priorizem o financiamento direto para as organizações de base dos PCTs, garantindo autonomia, protagonismo e justiça redistributiva nas ações climáticas.

A transição energética não será justa enquanto continuar invisibilizando as mulheres do campo, da floresta e das águas. O MIQCB reafirma seu compromisso com a luta por um futuro onde o financiamento climático seja distribuído com equidade, justiça e respeito aos territórios tradicionais.

Assista aqui:

Racismo ambiental e transição energética justa – Amazônia – 28/05/25: MIQCB marca presença na Câmara dos Deputados e fortalece a luta por justiça climática com protagonismo das quebradeiras de coco

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